Peritos em informática forense iniciam nova técnica para extração de dados em celulares

2 de setembro de 2021 - 11:24 # # # #

Peritos criminais da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) estão implementando uma nova metodologia de extração avançada de dados em dispositivos móveis, que consiste em atuar em aparelhos danificados. Para tanto, a técnica requer que o perito se utilize de todos os meios possíveis para a extração de dados. O método é minucioso e emprega microssolda e microscópio na análise.

Placa do celular

Nas palavras do perito criminal, Cristiano Moreira, que integra o Núcleo de Perícias Tecnológicas e Apoio Técnico (NPTAT), da Coordenadoria de Perícia Criminal (Copec) da Pefoce, algo similar já acontece hoje com os projéteis de arma de fogo, que são retirados dos corpos das vítimas e são encaminhados à confronto balístico. “Analogamente, a gente vai usar uma técnica um pouco mais invasiva, que vai desmontar todo o aparelho, para então conseguir o acesso diretamente aos dados através da placa do celular. Tudo isso demanda desde uma mudança de paradigmas até a necessidade de um ferramental e conhecimento específicos”, explica o perito Cristiano.

Benefício

Durante esse procedimento, o perito explica que há o risco de perda de dados. No entanto, o celular já está danificado e, caso se consiga extrair a informação, o benefício da técnica supera o risco. “Em relação à Pefoce, já estamos trabalhando na aquisição do ferramental e na capacitação dos peritos, através da transmissão dos conhecimentos que nós adquirimos no treinamento na cidade de São Paulo”, conta.

Expansão no Brasil

A técnica requer ainda que o perito tenha conhecimentos em microeletrônica e microssolda. Como os componentes são muito diminutos, é indispensável o uso de microscópio. Para realizar o procedimento corretamente, é preciso ampliar várias vezes a área que se pretende ligar o componente ao computador e fazer a extração direta dos dados. “Essa técnica é muito difundida e cientificamente aceita em tribunais fora do Brasil. Nacionalmente, os estados do Paraná e do Rio Grande do Norte já a utilizam bem e a técnica está em expansão em outros institutos de perícia brasileiros”, finaliza o perito criminal.