Heróis de quatro patas em destaque nas forças da segurança pública do Estado

22 de abril de 2021 - 19:10 # # # # #

Texto: Kiko Barros (Ascom SSPDS) / Fotos: Paulo Cavalcanti

Resgate de pessoas desaparecidas, detecção de entorpecentes, patrulhamento e dispersão de aglomerações. No mês de combate aos maus-tratos contra os animais, o Abril Laranja, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE) ressalta o trabalho ostensivo e de êxito desses heróis de quatro patas atuando nas forças da segurança pública do Estado. Cães e cavalos utilizados nas operações civis e militares demonstram uma total sinergia entre o homem e o animal no combate ao crime, ao tráfico de drogas, no socorro às vítimas e na preservação da ordem pública.

O trabalho realizado pelos animais da Companhia de Busca, Resgate e Salvamento com Cães do Batalhão de Busca e Salvamento (CBRESC/BBS) do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) tem a cada dia ganhado mais destaque na mídia devido ao excelente resultado de suas operações. Em março deste ano, cães deste batalhão foram usados para vasculhar uma área de mata fechada na cidade de Alcântaras, na da Meruoca, a fim de localizar uma idosa de 72 anos que estava desaparecida havia sete dias. Com o auxílio dos cães, dos homens do Corpo de Bombeiros e também dos moradores da região, a idosa felizmente foi resgatada com vida.

Os pastores belgas Athos e Uno e os labradores Anny e Sultão foram os principais cães do CBRESC/BBS utilizados na busca por vítimas no desabamento do Edifício Andréa, em outubro de 2019, em Fortaleza. Esses mesmos animais já haviam sido enviados, em janeiro de 2019, para ajudar no trabalho de resgate de vítimas da tragédia de Brumadinho (Minas Gerais). “Os cães nos ajudam a fazer buscas com pessoas tanto na região urbana como na rural. O cão por si só, através do faro e do treinamento que ele tem com o seu condutor, consegue fazer o serviço de mais ou menos 50 homens. O que ele faz em 15 a 20 minutos seriam necessários 50 homens por algumas horas. O cão consegue ser muito mais eficiente, pois ele acelera o processo de encontro de vítimas estando vivas ou infelizmente mortas”, destaca o tenente-coronel Albert Einstein, do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, ao informar que, em 2020, os cães desse batalhão participaram de cerca de 65 operações.

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Na Companhia de Busca, Resgate e Salvamento com Cães do Batalhão de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará são utilizados, atualmente, 13 cães. O subtenente J. Maria, responsável pelo treinamento desses animais, explica que inicialmente os bombeiros participam de cursos para estarem aptos a adestrar o seu cão de trabalho. “O treinamento do cão dura em média dois anos, porém alguns deles conseguem trabalhar até antes disso. No entanto, é ideal que esse treinamento seja diário, pois temos que acostumar o cão com o ser humano, pois o cão de busca tem que ter essa característica específica, que é de gostar do ser humano, não ter nenhuma agressividade”, explica.

Outro grande estímulo apresentado ao cão durante o seu treinamento, explica o subtenente J. Maria, são as brincadeiras. “O cão precisa gostar das brincadeiras porque o trabalho de busca para o cão é uma eterna brincadeira. Daí o treinador estimula o cão a procurar o brinquedo usado no treinamento. A gente canaliza essa característica do animal para aquilo que a gente quer buscar, no nosso caso, por pessoas desaparecidas.”

O treino com cão dos bombeiros envolve técnicas com o latido do animal, com brinquedo e com um figurante que representa para o animal a vítima que será localizada. “Quando o cão começa a associar o cheiro do brinquedo com o ser humano, ele irá entender que sempre que sentir o cheiro do ser humano e localizá-lo, irá ganhar um brinquedo de recompensa”, detalha o subtenente ao explicar que eles utilizam a técnica do venteio, na qual o animal aprende a distinguir o cheiro do ser humano em qualquer área que ele for levado para fazer a busca.

No Corpo de Bombeiros, cada cão participa das buscas com o seu treinador (condutor). Nessa corporação, um cão trabalha em média seis anos. “Com oito anos de idade, quando ele já apresenta alguma dificuldade, não forçamos mais o animal”, explica o subtenente ao informar que geralmente o condutor adota o cão quando ele se aposenta. O subtenente J. Maia já adotou dois cães do Corpo de Bombeiros. O de maior destaque foi o Uno, o cão que trabalhou nos resgates de Brumadinho e do Edifício Andréa. “Foi justamente esta operação no Andréa, a última ocorrência realizada pelo pastor belga Uno”, frisou. Dos quatro cães que foram para Brumadinho – Uno, Athos, Sultão e Anny – apenas Anny continua trabalhando, os outros já estão aposentados e estão vivendo na residência de seus antigos condutores.

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