Caso Felca: Secretaria da Segurança Pública do Ceará alerta para os riscos da exposição de crianças e adolescentes nas plataformas digitais
14 de agosto de 2025 - 12:25 #ADOLESCENTE #Casa da Criança e do Adolescente #Coin #criança #Dceca #Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente #Disque Denúncia #ECA #Felca #Núcleo de Investigação de Crimes Cibernéticos
Texto: Lucas Memória- Ascom SSPDS Fotos: Denilson Araújo - Ascom SSPDS | Pexels | YouTube | Arquivo SSPDS
“A criança tem que ser tratada como criança, ela não tem que agir como adulto […]. A gente não pode antecipar as fases”, destaca a delegada da Dceca/PCCE, Patrícia Sena
Uma foto ou vídeo compartilhado na rede social, trocas de mensagem em aplicativos de mensagem ou bate-papos em jogos eletrônicos. Diariamente, crianças e adolescentes utilizam ferramentas digitais para conversar, estudar ou se divertir. No YouTube, recentemente, o influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, mostrou como a falta de monitoramento de adultos facilita a exposição indevida e até a sexualização de crianças e adolescentes, já que algoritmos e usuários mal-intencionados exploram esse espaço digital para abordagens abusivas e conteúdos inadequados. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), por meio da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), alerta para a importância do monitoramento e os riscos da exposição excessiva nas plataformas digitais.
A delegada titular da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) da PCCE, Patrícia Sena, lembra que, em muitas situações, a tela é usada como uma babá eletrônica para a criança ou adolescente. Mas os responsáveis devem ficar em alerta para o tipo de publicação realizada nos seus perfis pessoais e nos conteúdos de influenciadores e perfis que os jovens acompanham na internet. “Recomendo que essas publicações, sobretudo com crianças e adolescentes, sejam mais restritas possíveis, não coloque atualização, em tempo real, sobre locais visitados com os filhos, evitem expor às crianças trajes de banho, íntimo ou roupas curtas. A criança tem que ser tratada como criança, ela não tem que agir como adulto, ela não tem que se vestir como adulto, ela não tem que se maquiar como adulto. Ela tem que viver aquela infância, aquele período ingênuo, inocente. Ela tem que passar por cada fase. A gente não pode antecipar as fases”, alerta a delegada.
Em seu vídeo, o influenciador Felca detalhou o funcionamento de algoritmos e como pessoas mal intencionadas aproveitam a fragilidade dessas ferramentas para a exploração de crianças e adolescentes. “Eles [suspeitos] acreditam que, por estar do outro lado da tela, estão fortes e não podem ser descobertos. Mas temos as ferramentas necessárias para identificar, localizar e reunir provas para viabilizar a instalação de procedimentos para uma investigação, captura e posterior condenação, pela Justiça, desse suspeito”, destacou a delegada Patrícia Sena.
Em Fortaleza, a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca/PCCE) conta com o Núcleo de Investigação de Crimes Cibernéticos (NUICCA) para auxiliar nas investigações. A unidade da Polícia Civil está instalada na Casa da Criança e do Adolescente, no bairro São João do Tauape. Além da delegacia especializada, as vítimas e familiares recebem acolhimento e sigilo de identidade com o atendimento de equipes de órgãos como a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), Conselho Tutelar, Defensoria Pública, Ministério Público do Ceará e Tribunal de Justiça. Já no interior do Ceará, as denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia da Polícia Civil do Estado do Ceará.
Somente neste ano, entre janeiro e julho de 2025, as delegacias cearenses já receberam 837 denúncias relacionadas a crimes sexuais contra crianças e adolescentes no Ceará. Os dados foram extraídos pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp). “Todas as denúncias são averiguadas para a respectiva investigação. Se o responsável ou qualquer outra pessoa presenciar uma situação em que a criança ou o adolescente esteja em situação de exploração ou maus-tratos, pode e deve denunciar. Se não tiver coragem de ir à delegacia, inicialmente, pode procurar o Disque-Denúncia 181 também. As informações serão repassadas e averiguadas, preservando a identidade do denunciante. Isso é uma missão de todos”, explica a delegada da Dceca, Patrícia Sena.
O Disque-Denúncia, ferramenta da Coordenadoria de Inteligência (Coin/SSPDS), funciona por meio de mensagem, áudio, vídeo e fotografia pelos números 181 ou (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp. Além disso, existe o “E-Denúncias”, site do serviço. Todas as informações são checadas e um trabalho integrado de inteligência é iniciado. As ferramentas funcionam 24 horas e são um canal seguro e anônimo pelo qual a sociedade pode contribuir para os trabalhos policiais em todo o Ceará. Neste ano, considerando o período entre 1º de janeiro e 13 de agosto de 2025, foram recebidas 112 denúncias, por meio dos canais oficiais do Disque-Denúncia, relacionados a crimes sexuais contra crianças e adolescentes. As manifestações são relacionadas a situações como importunação sexual, exploração, atentado violento ao pudor, entre outros.
Serviços
Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca)
Local: R. Cap. Melo, 3883 – São João do Tauape
Telefone: (85) 3101-7589
Disque-Denúncia: 181
Casa da Criança e do Adolescente: (85) 98736.4088