SSPDS destaca o trabalho dos colégios das Forças de Segurança no combate ao bullying
7 de abril de 2025 - 18:19 #BMCE #Combate ao Bullying #Copac #Dipre #PMCE
Texto: Helena Ximenes - Ascom SSPDS Fotos: Denilson Araújo
Nesta segunda-feira (7), é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola
“A escola precisa estar preparada para combater o bullying, já que ele é perigoso e mata. Por isso, nós precisamos salvar nossas crianças e os nossos jovens. Devemos estar fortalecidos contra o bullying”, assim ressaltou a tenente-coronel BM Roberta Barbosa, que atua como instrutora convidada para trabalhar a prevenção de violência no Colégio Militar do Corpo de Bombeiros Escritora Rachel de Queiroz (CMCB).
O bullying pode impactar profundamente a vida dos alunos, afetando sua autoestima, desempenho escolar e bem-estar emocional. Por isso, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, celebrado nesta segunda-feira (7), que visa chamar atenção da população para a problemática, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) traz a vivência e o relacionamento de alunos do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros Escritora Rachel de Queiroz (CMCB) e do 1º Colégio da Polícia Militar General Edgard Facó (1º CPMGEF).
“O bullying não é normal”
“Infelizmente, o bullying hoje em dia virou algo constante que tem a todo momento e isso é uma coisa muito triste, porque eu, como uma pessoa que já sofreu bullying quando mais nova, acho que isso deve mudar, as pessoas deveriam se conscientizar sobre isso”, reitera a aluna do Colégio da Polícia Militar do Ceará, Isabelle Arruda, de 12 anos. Essa violência está no ambiente escolar de forma generalizada. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, foram registradas 2.346 denúncias em 2024, contra 1.399 em 2023 casos de bullying em instituições de ensino, um aumento de 63%. De acordo com a tenente-coronel BM Roberta, para o bullying acontecer tem que haver três atores, o causador do bullying, a vítima e os espectadores.
“O bullying, é quase como um show. Então, tem duas pessoas que ficam no ato principal e as outras pessoas que assistem, e normalmente, aplaudem. Isso gera mais visibilidade à ação, como se fosse algo rotineiro e cotidiano. Sendo que, na realidade, o bullying não é algo normal, mas uma atitude que machuca, tanto quem sofre bullying, quanto quem pratica e os outros ao redor”, afirma Nicolas Bezerra, aluno do 3° ano do ensino médio do colégio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE).
Para o aluno do colégio da PMCE Arthur Saraiva, os outros colegas podem ajudar a vítima de bullying através de práticas de amizade, união e fraternidade. “Meus pais dizem que o bullying é uma falta de educação que a pessoa tem com o próximo”, declara o estudante.
A comandante Roberta, que é psicopedagoga e mestre em políticas públicas, lembra que geralmente quem pratica o bullying também sofreu bullying. Assim, para haver uma intervenção no bullying, toda a comunidade escolar deve estar integrada nesse objetivo.
“A comunicação não violenta é uma arma que a gente pode usar na prevenção contra o bullying. Então saber intervir, ter uma escuta qualificada e conduzir as violências que existem no ambiente escolar é uma estratégia para fortalecer a comunidade escolar. Trazer os professores, os pais, os monitores, todos que estão no ambiente escolar para conduzir um convívio social de boas práticas entre os alunos”, afirmou a comandante.
Orientação educacional especializada
Nas escolas da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) existem setores direcionados para o atendimento psicológico aos alunos. O Serviço de Orientação Educacional e Psicossocial (SOEP), que atende em todos os colégios da Polícia Militar, tem como proposta acompanhar os discentes, de modo a estabelecer um vínculo de confiança auxiliando-os na promoção da sua formação intelectual, emocional, cultural, agindo no seu desenvolvimento como ser humano e sujeito social. Composto por assistentes sociais, psicólogos e psicopedagogos, os núcleos do SOEP atuam nos colégios de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Maracanaú e Sobral. No colégio do Corpo de Bombeiro, existe o Serviço de Orientação Educacional (SOE), que também é responsável pelo atendimento psicológico aos alunos.
Além do atendimento aos alunos em casos de bullying na escola, o Serviço de Orientação Educacional e Psicossocial (SOEP) também realiza palestras e momentos em salas de aula para repassar orientações aos alunos, como uma medida de evitar práticas de bullying ou que para algum aluno que esteja passando por alguma situação, possa procurar o serviço e ter o devido atendimento.
Combate ao bullying pelas Forças de Segurança do Ceará
Além do empenho e ações de combate ao bullying nos colégios do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do Ceará, as Forças de Segurança da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) possuem unidades especializadas que atuam no contexto do combate à violência nas escolas.
A Divisão de Proteção ao Estudante (Dipre), vinculado ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), tem a missão de desenvolver ações preventivas de combate a violência e do uso indevido de drogas, disseminando conhecimento científico e ético para a promoção de uma sociedade pacífica e solidária buscando, como órgão da Polícia Civil, contribuir com uma melhor qualidade de vida na sociedade cearense.
A Polícia Militar do Ceará (PMCE), por meio do Comando da Polícia Militar para Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac), realiza ações e trabalhos educativos em escolas na Capital e interior do Estado, como forma de aproximação com a comunidade estudantil, por meio do Grupo de Segurança Escolar (GSE).
O que diz a Lei 14.811/2024
Sancionada em 15 de janeiro de 2024, a Lei 14.811/2024 altera o Código Penal ao incluir bullying e cyberbullying como crimes, além de transformar crimes como sequestro e indução à automutilação, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em crimes hediondos. Com isso, agressores poderão enfrentar desde multas até penas de prisão,
Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola
O Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, celebrado no dia 7 de abril, foi instituído pelo Governo Federal em 2016, com a Lei 13.277, como iniciativa para discutir sobre os problemas causados pelo bullying. A data foi escolhida em referência ao fato ocorrido em Realengo (RJ), cinco anos antes.