Governador Elmano recebe agentes da Ciopaer/SSPDS que atuaram em missão no Rio Grande do Sul

18 de junho de 2024 - 14:34 # # # # #

Larissa Falcão - Ascom Casa Civil - Texto Carlos Gibaja - Fotos

Atravessar o Brasil sobrevoando mais de 4 mil quilômetros para proteger e salvar vidas. Esse propósito guiou as equipes da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que atuaram na missão humanitária no Rio Grande do Sul, concluída na última sexta-feira (14). Os agentes foram recebidos pelo governador Elmano de Freitas, nesta terça-feira (18), no Palácio da Abolição, em Fortaleza. O coronel-aviador e coordenador da Ciopaer, Darley Oliveira, e o coronel Hélio de Alencar Filho também estiveram presentes.

O governador parabenizou os agentes e destacou o sentimento de orgulho do povo cearense. “Temos com esses agentes a noção concreta do que é ser herói, pessoas que fazem isso por uma decisão de vida. Eles atravessaram quilômetros e quilômetros para chegar a um lugar distante, com clima e cultura diferentes. O povo cearense tem muito orgulho da Ciopaer, que tem profissionais qualificados e com a paixão de servir às pessoas. Antes de ser Ceará, nós somos Brasil”, afirmou Elmano de Freitas.

Ao todo, foram enviados 15 agentes, distribuídos em três tripulações com cinco homens, entre pilotos, operadores aerotáticos e mecânicos. As equipes se revezavam a cada 15 dias. Essa foi a missão mais distante realizada pela Ciopaer em toda a história da Coordenadoria.

“Inicialmente, as ações realizadas pelas nossas equipes e aeronave eram de Defesa Civil, resgate de pessoas ilhadas em diversas regiões, bem como levar mantimentos para diversas regiões. Quem ficou responsável por coordenar a missão foi a Brigada Militar lá do Rio Grande do Sul. A gente atendia às solicitações que a Brigada nos passava”, explicou o coronel aviador e coordenador da Ciopaer, Darley Oliveira.

A primeira tripulação embarcou no dia 7 de maio a bordo da Fênix 03, aeronave da Ciopaer também destacada para o trabalho com foco no Vale do Taquari. O regresso da terceira equipe, no dia 14 de junho, foi marcado por um desembarque emocionante.

Voar para proteger e salvar

Com 30 anos de serviços prestados, o tenente-coronel PM Ribamar Feitosa, responsável por comandar a primeira tripulação, relata nunca ter passado por algo semelhante. As adversidades, segundo ele, começaram ainda no deslocamento por causa das condições climáticas severas das regiões Sudeste e Sul.

“Sabíamos da situação complicada que o povo gaúcho estava vivendo. Quando lá chegamos, o que vimos era estarrecedor, cidades inteiras cobertas por água. Eu me senti muito gratificado por ter sido escolhido. Foi a operação da minha vida. Ficará marcada até os meus últimos dias”, sublinha.

Ao saber que o Governo do Ceará iria enviar equipes e aeronave, o subtenente PM e operador aerotático Carlos Eduardo Moreira revela que se prontificou de imediato. “Estava indo buscar meu filho João Pedro no colégio e disse a ele: o governador vai mandar aeronave, teu pai vai cumprir a missão. Ele respondeu: ‘ei, pai, é por isso que eu te amo. O senhor está sempre preparado’. Quando o comandante ligou, eu já estava com a mochila pronta”, conta emocionado.

Para o major PM Elton Oliveira, que comandou a segunda tripulação, as lições aprendidas em meio à tragédia ensinam muito sobre união e esperança. “Eu vi uma cidade inteira devastada. Mathias Velho, bairro de Canoas, parecia coisa que a gente só via em filme americano, aqueles tornados. Quando a água baixou, era uma completa destruição. Mesmo assim, as pessoas tinham muita esperança e agradeceram por termos saído de tão longe para ajudá-los”, recorda Elton.

O tenente-coronel BM Emerson Bastos, e comandante da terceira tripulação, ressalta que a todo momento a missão era executada com dedicação e empatia. “Uma coisa é você ouvir as histórias, outra coisa é olhar nos olhos daquelas pessoas, presenciando tudo aquilo. Isso nos torna mais próximos aos anjos de Deus”, lembra.

A terceira tripulação participou, no dia 6 de junho, de um transporte múltiplo de órgãos no Rio Grande do Sul. A equipe fazia o patrulhamento aéreo preventivo policial na região, quando foi acionada para ajudar na captação de um coração, um fígado e dois rins no Hospital das Clínicas de Passo Fundo. Os órgãos foram direcionados para a cidade de Canoas.

“Esse sentimento aflora nosso lado humano e faz com que a gente ressignifique alguns conceitos, como agradecer. O simples fato de agradecer o que tenho, o que temos. Às vezes, somos muito injustos com nós mesmos”, conclui o tenente-coronel Emerson.