Paternidade e profissão: o legado dos pais na Segurança Pública do Ceará

13 de agosto de 2023 - 09:09 # # # # # # # # # # #

Para os mais afortunados, existe uma figura que representa o porto seguro da família. Ele se torna um guia, orientando cada passo de uma criança, proporcionando o conforto e segurança da família. Conhecido como um herói, o pai assume sua missão antes mesmo do nascimento e continua a desempenhá-la incansavelmente até o fim. No dia 13 de agosto, em homenagem ao Dia dos Pais, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) destaca memórias inspiradoras de pais que também são pilares na Polícia Militar do Ceará (PMCE), na Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp), Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp) e Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer).

Ensinamentos e compromissos

O soldado Santiago Rocha, recém-ingresso na Polícia Militar do Ceará e também iniciante na paternidade, compartilha que ser pai é uma experiência extraordinária, carregada de responsabilidades. “O sentimento de ser pai representa pra mim, além desse sentimento extraordinário, um sentimento de muita responsabilidade. Aquele sentimento em que eu posso estar moldando o futuro dele, direcionando os caminhos que são responsabilidades da vida. Mostrar como realmente o mundo é pra mim. É ser carinhoso, ser atencioso, dar o meu melhor a cada dia. Ser presente em sua vida, ser seu amigo e seu companheiro” compartilha o policial militar.

O soldado, que recentemente se tornou pai, há 4 meses, destaca que assumir o papel de pai e policial militar exige habilidade e dedicação. “Um conselho para um policial que queira ser pai é que ele tenha primeiramente muita disposição, porque além de executar a sua missão como policial, ele tem que executar uma com ainda mais maestria. Porque quando nós chegamos do serviço, vai estar ali uma criança nos esperando para ter toda nossa atenção. Mesmo cansado, nós temos que cumprir esta missão com maestria e valorizar a sua família, valorizar os momentos de folga para estar com ele e estimular o seu desenvolvimento. Curtir cada fase do crescimento que passa muito rápido” aconselha o soldado.

A Influência do pai na carreira

Com apenas 22 anos, o escrivão da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), Rudson Moura, encontra sua grande inspiração em seu pai, o inspetor Flávio de Moura, que desempenhou um papel fundamental na escolha de sua profissão. O policial civil ressalta a importância de ter tido o apoio de seu pai ao longo de toda sua jornada de estudos e concursos. “O fato do meu pai ser um inspetor de polícia, com certeza foi um dos principais motivos para eu ser um policial tão cedo. Foi bom sempre ter visto o quanto ele é dedicado na profissão e o resultado do trabalho que ele fazia e me mandava os resultados, me mostrando o quanto ele é orgulhoso da atividade que ele faz. Com certeza teve pontos extremamente relevantes para eu ser policial civil” declara o escrivão.

Rudson destaca que, desde o início, seu pai exerceu uma forte influência em sua vida, transmitindo por meio de suas próprias ações os valores de justiça e honestidade. “Meu pai sempre foi uma fortaleza para mim. Sendo que eu estando perto dele, sempre me senti seguro e protegido, além disso ele sempre me ensinou a ser uma pessoa muito correta, justa e honesta. Eu sempre pude ver nele um destemor no cumprimento, no cumprimento do dever policial. Então ele representa um exemplo de ser humano correto e policial justo e valente” descreve o policial civil.

Inspirado pelas jornadas dos três exemplos

O soldado Luan Hadriel, recém-chegado na composição do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), pode ser chamado como um “garoto de sorte”. Imagina ser um menino com três exemplos de bombeiros militares na família? São eles, seu pai, seu avô e seu tio. Sua infância foi recheada de histórias de salvamentos, premiações, brincadeiras como bombeiro, medalhas e ensinamentos que serão levados para a vida. “A profissão de bombeiro militar é algo que eu tenho desde quando eu me entendo por gente. Sempre foi uma coisa rotineira, eu cresci nesse meio, cresci em quartel, cresci vendo formaturas. Aquela questão do plantão, não dormir em casa, era tudo muito natural. Foi minha infância toda, minha adolescência convivendo com isso” cita com felicidade o bombeiro militar.

Para o soldado, seus exemplos de pai, o tenente José Helder; avô, o subtenente José Moreira; e tio, o subtenente Raimundo Guerra, representam seus heróis. “Já pensou? Que durante a vida, os caras que eu tive mais contato, posso redefinir esses laços com a questão do profissionalismo. Entrando no meio, na mesma profissão, tivemos a graça de trabalharmos juntos tanto no operacional, como no administrativo. É sempre bom ter uma referência ali dentro da composição. Conhecer nosso pai por dentro da corporação e ouvir sempre falarem bem, é algo que é muito gratificante, digamos que é inspirador para seguir os mesmos passos” expressa o bombeiro militar.

Determinação e resiliência

O capitão Costa desempenha a função de piloto na Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas e, embora esteja acostumado a pilotar aeronaves todos os dias, a experiência de se tornar pai fez com que deixasse de conduzir motocicletas por medo de se arriscar. O oficial explica que, após o nascimento de seus dois filhos – um com três anos e outro com um mês -, sua perspectiva sobre a vida mudou. “Ser pai pra mim representa uma mudança de vida. É uma responsabilidade muito grande, eu sinto que é uma oportunidade que Deus nos dá aqui na terra. Após o nascimento do meu primeiro filho eu percebi o mundo de uma maneira diferente, uma obrigação ainda maior de voltar pra casa, inclusive deixei de andar de moto” explica o piloto da Ciopaer.

O capitão compartilha um momento emocionante que viveu com seu filho de três anos. Ao ensaiar para uma apresentação em comemoração ao Dia dos Pais, a criança mostrou emoção. “Ele deve tá preparando alguma apresentaçãozinha lá no colégio, ele chegou pra mãe dele dizendo que estava emocionado, falou algo que remetia a felicidade e emoção, vontade de chorar porque ia fazer uma homenagem para mim! Já mexe comigo, né? Da importância de ser uma referência, de ser um exemplo, é isso que eu tento ser. A minha vida hoje, meus projetos e as minhas vontades, giram em torno disso. Em torno do papel de ser pai, de ser presente, de estar nas atividades da vida dos dois” relata o capitão.

Além do espelho

Flavio do Nascimento, um geógrafo que faz parte da assessoria da Diretoria de Estratégia de Segurança Pública (Diesp) da Supesp, destaca a importância de uma figura paterna quanto materna na vida de uma criança. “Feliz do filho que divide essa referência com o pai em conjunto com a mãe, ambos trazem características importantes para o autoconhecimento do filho e em todas as fases da sua vida, inclusive acredito que algumas ou a maioria só são percebidas com a maturidade” enfatiza o geógrafo.

Hoje, Flávio é pai de três filhas e compartilha a saudade que sente por seu próprio pai, que faleceu devido à pandemia. “Hoje já não tenho mais a presença física do meu pai, vítima da pandemia, contudo sua presença será eterna no meu coração e memória, isso determina o meu agir cotidiano, e de minhas filhas também. Quero ser para minhas filhas o chamado espelho, como na música “Além do espelho” de Diogo Nogueira” cita o geógrafo.

O valor inestimável da figura paterna

O inspetor Lucas de Farias, especialista em atendimento pré-hospitalar na Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará, destaca a significativa importância da figura paterna na formação de qualquer indivíduo. “Para mim, a figura paterna é importantíssima para a formação de qualquer pessoa, tão importante quanto o papel da mãe, onde os dois juntos estimulam e constroem um laço familiar, uma coluna, um alicerce que contribui para o desenvolvimento emocional e sentimental dos filhos” comenta o inspetor.

Ele oferece um conselho para aqueles que planejam se tornar pais no futuro. “Tenham seus filhos, mas estejam preparados para mudanças, porém, não tenham medo, pois serão mudanças positivas, onde você se tornará uma pessoa melhor e consequentemente um profissional melhor, você será uma referência, um herói para a pessoa que você mais amou em toda a sua vida” declara.

Uma carta de lições e memórias

O auxiliar de perícia da Pefoce, Humberto Quezado, abriu o coração para falar sobre uma história emocionante com seu pai já falecido. O servidor, com apenas 13 anos, perdeu seu pai e, quando ele ainda era um recém nascido, o seu pai escreveu uma carta para ele ler quando fosse mais velho. “Essa carta ele me escreveu quando eu ainda era um bebê, e eu fui ler essa carta quando ele já tinha morrido. Tenho uma parte dela tatuada no meu braço, todas as frases dela em tópicos. O meu pai escreveu muitas lições de vida, conselhos. Muita coisa bonita nessa carta” cita o servidor.

Humberto compartilha uma lição importante que seu pai lhe ensinou. Ele detalha como seu pai o repreendia na infância de uma maneira que evitava impor medo ou grosseria. “Para mim ele representou a possibilidade de a gente conseguir ser ao mesmo tempo uma figura de proteção, mas sem ser grosseiro, entende? É possível ainda, você se impor como pai e ter respeito, não na base do medo, mas na base do amor” partilha.

Atualmente, pai de duas meninas – uma com oito anos e a outra com dois meses – Humberto destaca que ser pai representa uma nova razão para viver. “Ser pai representa na minha vida uma nova razão de viver, eu acho que quando a gente tem filho, você começa a querer dar o seu melhor. Por mais que a gente falhe. Tento todo dia ser melhor como pessoa, como cidadão, como pai e como ser humano. Sempre diante dessas pessoinhas que dependem da gente, que um dia serão adultas “, destaca.

A SSPDS parabeniza todos os pais pelo seu dia.