Profissionais da Segurança do Ceará atuam no combate à degradação do meio ambiente

17 de junho de 2021 - 18:01 # # # # # # # #

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No Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, dia 17 de junho, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE) alerta a população sobre práticas que aceleram os processos de degradação dos solos e alterações climáticas e destaca ainda a atuação das vinculadas no combate a práticas nocivas ao meio ambiente no Estado.

A seca é um fenômeno que dispensa grandes apresentações ao povo nordestino, ainda que não se restrinja às molduras literárias de obras conhecidas como “O Quinze”, de Rachel de Queiroz, e “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. As dores e dificuldades vivenciadas pelos personagens dessas obras quase se confundem com o solo castigado e a caatinga, vegetação típica do clima do Nordeste brasileiro. Também símbolo de resiliência, que é a capacidade de adaptar-se às dificuldades, a representação do sertão pelos cactos exemplifica-se na própria superação cotidiana, realidade dos sertanejos que habitam essa região climática.

Um fenômeno que também chama bastante atenção é a desertificação dos solos, que se trata de um processo que preocupa também outras regiões do planeta. Dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que quase metade da população já conviva com os efeitos da degradação dos solos. Os efeitos causados pela desertificação são apenas mais um desafio a ser superado pelas próximas gerações, com o agravamento de outras questões, como a falta de alimentos, que será impactada diretamente pela falta de produtividade das terras, e o aquecimento global.

De forma a reduzir os impactos causados por esses fatores climáticos e humanos, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e o Batalhão de Polícia de Meio Ambiente (BPMA) da Polícia Militar do Ceará (PMCE) atuam no combate a crimes ambientais e no controle de queimadas, impedindo a aceleração dos processos de degradação dos solos e prevenindo o desenvolvimento de problemas de saúde em moradores dessas áreas.

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Monitoramento de áreas e uso de Bambi Bucket pela Ciopaer

A atuação da Ciopaer no combate às queimadas ocorre de forma preventiva, no monitoramento por meio de sobrevoos com a utilização das aeronaves em determinadas regiões durante os períodos de estiagem. Além disso, a Ciopaer atua diretamente no combate a incêndios florestais por meio da utilização de um equipamento chamado “Bambi Bucket”, que é um reservatório de lona utilizado para a coleta e despejo de um grande volume de água nos focos de queimadas.

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O capitão PM Elton Oliveira, relações-públicas da Ciopaer, comenta o uso desse equipamento. “Com capacidade de 545 litros de água, o Bambi Bucket é acoplado à aeronave, capta água em mananciais e arremessa sobre o fogo, sendo bastante eficaz no combate aos incêndios”. O dispositivo proporciona às equipes rápida resposta nos trabalhos de combate às queimadas, reduzindo os danos e impedindo que as chamas se espalhem pelo território.

Ações de orientação

Segundo o tenente-coronel Homero, comandante da 2ª Companhia do 3º Batalhão de Bombeiros Militar (2ª Cia/3º BBM), em Crateús, a atuação da Corporação ocorre não somente no âmbito do combate direto a incêndios florestais, mas também na prevenção. “Nós visitamos todas as prefeituras e buscamos o apoio dos governos municipais, também da imprensa local, rádios, e fazemos palestras na comunidade, trabalho que ficou um pouco prejudicado devido à pandemia, mas buscamos fazer também de forma remota”, afirmou.

Além disso, as queimadas que originam incêndios florestais são desestimuladas e até vedadas em períodos de estiagem. “Por conta do aumento da temperatura, da intensidade dos ventos e da diminuição da umidade, qualquer queimada muito facilmente se torna um incêndio florestal”, afirmou o comandante.

Fiscalização e combate ao desflorestamento ilegal

Um outro problema ocorre em decorrência da ação humana, que induz a aceleração dos processos de seca em decorrência de intervenções como desmatamentos para a retirada ilegal de madeira e destruição da flora de uma determinada área. Os desmatamentos prejudicam, também, a fauna de um determinado local. A atuação do Batalhão de Policiamento de Meio Ambiente (BPMA) da Polícia Militar do Ceará (PMCE) se dá por meio da fiscalização das áreas ambientais com o objetivo de proteger esses territórios.

Sobre a prática de desmatamento ilegal, o comandante do BPMA, tenente-coronel PM Isaac Rodrigues, afirma: “O BPMA atua diuturnamente no combate aos ilícitos ambientais e na preservação da biodiversidade existente nessas regiões, visando à erradicação do desmatamento, que é causado principalmente pela especulação imobiliária. Essas ações visam à diminuição das emissões de gás carbono, no qual o desmatamento retroalimenta a seca e o calor, ocasionando consequências nefastas que aceleram o processo de desertificação”, disse.

Denúncias

A população pode realizar denúncias de crimes ambientais por meio do telefone 181, o Disque-Denúncias da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE). As informações também podem ser encaminhadas para o telefone (85) 3101-3545, do Batalhão de Polícia de Meio Ambiente (BPMA), em Fortaleza. O sigilo e o anonimato são garantidos.

As informações também podem ser repassadas para os números 193, do Corpo de Bombeiros, e para o (85) 3101-5544, da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema).