Corpo de Bombeiros resgata jiboia que estava em pneu no Crato

10 de junho de 2021 - 16:33 # # # # #

Uma cobra jiboia foi resgatada, na manhã dessa quarta-feira (9), por uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE). O réptil, de quase três metros de comprimento, estava em um pneu num terreno do bairro Muriti, na cidade do Crato, pertencente à Área Integrada de Segurança 19 (AIS 19) do Estado.

Os bombeiros militares da 2ª Companhia do 5º Batalhão do CBMCE foram acionados para a ocorrência. Quando chegaram ao local, a proprietária do terreno informou que tinha avistado o réptil. Os militares vasculharam a propriedade e encontraram a jiboia enrolada em um pneu velho.

O subtenente Carlos Lira Montes, comandante da guarnição de salvamento, informou que a cobra de quase três metros de comprimento foi resgatada sem machucado ou ferimento aparente, sendo devolvida ao seu habitat natural, logo em seguida.

Sobre a jiboia

A Boa Constrictor ou cobra jiboia, como é conhecida popularmente, é uma serpente típica da América Central e do Sul. Ao contrário do que muitos pensam, a jiboia não é venenosa, no entanto, mata sua presa por constrição (compressão). No Brasil, consideram-se duas subespécies de jiboias: a Boa Constrictor Constrictor ou jiboia amarela, que é de grande porte, e a Boa Constrictor Amarali, que é de menor porte, acinzentada, mais agressiva. Elas podem ser encontradas na Floresta Amazônica, e em regiões de Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.

Dicas de segurança

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) dá dicas de segurança para evitar acidentes com os répteis. O perigo é tanto que pode causar morte imediata, como no caso da cobra Coral, cuja picada pode levar a uma parada respiratória instantânea. A sorte é que, no Ceará, segundo o CBMCE, a Coral Verdadeira é mansa, não caça animais de sangue quente e vive mais escondida no solo. Já as serpentes peçonhentas mais populares no Estado também podem fazer vítimas fatais. Sem tratamento, o risco de morte após a picada de cascavel chega a 70%, enquanto o índice da jararaca é 30%.

No Brasil, é registrada uma média de 30 mil acidentes ofídicos por ano, sendo a incidência de picadas de cobras peçonhentas entre março a agosto. Nessa época do ano, as cobras procriam mais. Isso porque, os animais armazenam sêmen e só liberam quando há possibilidade de o filhote ter comida. O alimento, no caso, é o rato, que se multiplica com o maior acúmulo de lixo.

Conforme explica o tenente-coronel Agnaldo Alexandre Viana, comandante do 5º Batalhão de Bombeiro Militar (5º BBM), o perigo aumenta mais na zona rural do que nas cidades. “Na roça, muitas pessoas não usam bota, luva e, quando limpam o terreno ou pegam em madeira, não olham direito o local. Já nas cidades está se tornando comum encontrar cobra em motor de carro”, informou.

O tenente-coronel informa que, no Ceará, a maioria das vítimas é formada por homens de seis a 70 anos e que vivem na zona rural. As ocorrências se dão mais entre 4 e 7 horas da manhã e entre 17 horas e 18 horas, em locais úmidos, de vegetação rasteira e perto de rios, mangues, lagoas e terrenos baldios, normalmente em locais escuros e fechados.

Estudos mostram que a serpente peçonhenta mais comum no Ceará é a jararaca. Já a cascavel aparece mais em regiões secas, áridas e com muitas pedras, como em Quixadá. A coral é mais urbana, fica onde há muito lixo, mas prefere o local subterrâneo. Em Fortaleza, as cobras aparecem mais na periferia, em especial perto de lagoas e rios. Perto do mar não é comum, mas, em regiões onde há acúmulo de lixo, isso foge à regra.

Ação preventiva

Normalmente, as cobras só atacam o ser humano quando se sentem ameaçadas. Por isso, ao avistar uma cobra, não pense duas vezes, desvie do caminho dela, alerta o Corpo de Bombeiros do Ceará.

Além disso, vale também seguir as dicas:

– Sempre usar equipamento de segurança individual (EPI), como bota cano longo, luvas de punho alongado e óculos de proteção. Usar sempre um bastão ou vara longa para manipular objetos ou mato ou lixo que possam conter algo escondido por baixo, de modo a manter-se distante em caso de um ataque de cobras. Manter seu quintal limpo e não acumular lixo, ou resto de materiais de construção ou quaisquer outros tipos.

– Não estacionar veículo próximo a mato, lagoa, lugar escuro ou úmido. Use sempre calçado fechado e calças compridas.

– Em caso de acampamento, se você deixar seus sapatos fora da barraca, antes de calçá-lo, certifique-se de que não tem nenhuma intrusa se abrigando dentro dele. Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos, exatamente como sua bota ficará após uma caminhada.

– Procure limpar o local onde irá montar a sua barraca, tirando gravetos, folhas mortas, cascas de árvores. As cobras e outros animais peçonhentos costumam ficar escondidos nesses locais durante o dia para a noite sair para explorar. Faça essa limpeza com cuidado, pode ter uma cobra escondida embaixo de pedras e troncos.

O que fazer em caso de picada

O mais importante depois de uma picada de cobra é manter o membro que foi picado o mais parado possível, porque quanto mais se movimentar mais o veneno poderá se espalhar pelo corpo e chegar em vários órgãos vitais. Isso se aplica também a qualquer atividade que possa acelerar o batimento cardíaco, já que o aumento da circulação do sangue também espalha o sangue.

Assim, o ideal é que a vítima não caminhe e seja transportada por maca até ao hospital. Outra opção é ligar para a ajuda por meio de um atendimento pré-hospitalar, pelo número 193.

Até chegar ao hospital ou até a chegada da ajuda, o que se deve fazer para melhorar as chances de salvamento são:
– Lavar o local com água e sabão, para limpar a ferida e impedir a entrada de mais veneno ou micro-organismos;
– Manter o paciente deitado e o mais calmo possível, porque agitado o sangue se espalha rápido e o veneno também;
– Manter o paciente hidratado, dando pequenos goles de água a ele;
– Procurar o serviço médico o mais breve possível, como sempre, somente médicos podem prescrever um medicamento a uma vítima de qualquer acidente;

A maior parte das cobras no Brasil não têm veneno e, por isso, a picada não é perigosa para a saúde, no entanto, em qualquer caso é sempre importante ir ao hospital para informar as características da cobra e confirmar e identificar se realmente era venenosa ou não. Caso tenha sido picada por cobra venenosa, geralmente é administrado o antídoto para o veneno, de forma a que as lesões parem de acontecer.

O que não fazer após a picada

Existem várias crenças populares sobre o que fazer após uma picada de cobra, no entanto, é totalmente desaconselhado:
– Tentar sugar o veneno para fora da picada;
– Fazer um torniquete ou garrote apertado;
– Cortar o local da picada;
– Dar bebida alcoólica a vítima;
– Dar qualquer medicamento à vítima.
– Não se deve aplicar qualquer tipo de mistura caseira sobre a picada, pois além de não existir comprovação científica, pode acabar causando uma infecção do local.

Sintomas de uma picada de cobra venenosa

No caso de uma picada de cobra venenosa, com injeção de veneno, é comum que, após a dor que surge no local devido à picada, possam aparecer outros sintomas como:
– Dor que piora ao longo do tempo;
– Inchaço que vai aumentando e afetando mais áreas ao redor da picada;
– Ínguas dolorosas em locais próximos da picada. Por exemplo, no braço é possível que surja inchaço das ínguas da axila, já na perna podem inflamar as ínguas na virilha;
– Bolhas na pele;
– Náuseas e vômitos;
– Tonturas, sensação de mal-estar geral e desmaio.
No entanto, estes sintomas podem variar de acordo com a espécie de cobra, sendo que até existem algumas cobras venenosas em que a mordida não causa qualquer sintoma. Por isso, é sempre importante ir ao hospital, mesmo que se suspeite de que a cobra não seja realmente venenosa.

Com informações da Assessoria de Comunicação do CBMCE