Maternidade é inspiração e força para as servidoras da Pefoce atuarem pela Justiça

9 de maio de 2021 - 08:07 # # # # #

Dedicação, coragem, competência e aplicação do conhecimento técnico-científico em prol da justiça. Essas são algumas qualidades imprescindíveis para atuar na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), na produção de provas materiais para investigações. Mas, há um seleto grupo de servidores, ou melhor dizendo, servidoras que, além de preencher quesitos elementares da função, entregam muito amor, cuidado, carinho e sensibilidade: as mães. E, neste Dia das Mães, a Pefoce traz um pouco da história de algumas dessas heroínas que compõem a instituição.

Educar, cuidar, proteger e zelar pela vida e pela saúde de um filho já é uma missão que exige muito da mulher, além de ser uma atividade ininterrupta. Mesmo longe fisicamente e temporariamente dos filhos durante os plantões, a conexão do amor os mantém ligados 24 horas por dia. É esse amor que inspira as servidoras e colaboradoras que atuam na Pefoce.

Fonte de inspiração

Mãe de dois filhos, a perita legista Ana Cláudia Sobreira, se diz duplamente realizada. “Ser mãe é o meu melhor papel. Tudo que eu vivi, sofri e conquistei não faria nenhum sentido se eu não fosse mãe. E quando eu sirvo à sociedade na missão de ser perita, quando a gente desempenha a nossa missão aqui, e em casa com os filhos, não há nada mais gratificante. E aqui (na Pefoce), de certa forma, somos mães também, mãe do trabalho bem feito e mãe da verdade sendo revelada”, conta.

Ana Cláudia atua no Núcleo de Perícias em DNA Forense (NUPDF) e trabalha na investigação de inúmeros casos: crimes contra a vida, crimes sexuais, identificação humana e outros casos complexos e sensíveis que de uma forma ou de outra, envolvem mães. “Com todos os desafios de mãe que eu já tive e tenho, eu penso muito nos casos e nas mães que a gente atende. Nas mães das vítimas e nas mães dos criminosos. Nós temos a visão de que mãe é mãe, e as duas sofrem. Mas me motiva saber que o meu trabalho contribui para que a justiça seja feita e ao mesmo tempo eu dou exemplo para os meus filhos, de ter uma missão, de se empenhar no que faz e de amar o que faz”.

Atendimento humanizado

Contar com o profissionalismo, sensibilidade e bagagem maternal das profissionais da Pefoce é inestimável em muitos aspectos, principalmente, quando as perícias são realizadas em mulheres ou crianças vítimas de agressão ou violência sexual, como ocorre no Núcleo do Atendimento Especial à Mulher, Criança e Adolescente (Namca) da Coordenadoria de Medicina Legal (Comel). O setor é um espaço dedicado para o atendimento humanizado das vítimas e conta com estrutura aconchegante para trazer mais conforto e cuidado aos periciandos. Mas o que contribui para que o Namca seja um núcleo de perícias referência nacional no trato humanizado é forma que a sua equipe atua, com a gestão e o trato feminino.

A médica perita legista Ana Leopoldina, como mãe e supervisora do Namca conta que é desafiador e gratificante atuar como médica perita legista, e que apesar de lidar com casos envolvendo crimes contra crianças e mulheres, ela como mulher e mãe se sente realizada em poder contribuir para elucidação dos crimes. “Utilizar da minha função no sentido de ajudar a sociedade, de alguma forma, a chegar às resoluções dessas situações através da produção de uma prova pericial, que vai chegar a uma responsabilização criminal. Eu acredito que dessa forma a gente está impactando, de uma maneira positiva, a reduzir o ciclo da violência, ajudando na política de controle”, destaca.

A médica ressalta ainda que o desempenhar da sua missão na segurança, realizando as perícias para investigações de crimes sexuais e de violência doméstica, a fez refletir sobre como enxergar o mundo e como torná-lo melhor para as próximas gerações: “a convivência com o que a sociedade tem de pior, em termos de violência, serve pra gente ter uma visão mais ampla da sociedade que a gente vive e tentar ver o que é que a gente pode, como profissional, fazer para que isso melhore. E, como mãe, a gente se sente até mais responsável em relação a isso, na intenção de deixar um mundo melhor para os nossos filhos e que eles deixem para nossos netos”, reflete.

Atenção de mãe

Integrando a equipe do Namca, a auxiliar de perícia e bacharel em Direito, Lídia Caroline, destaca que o fato de ser mãe auxilia no seu trabalho, na forma como interagir e atender as crianças vítimas de violência sexual que precisam fazer o exame sexológico. “Quando a criança chega ao Namca, ela é encaminhada para uma sala especial, é acolhida de uma forma bem lúdica, em uma brinquedoteca, onde aguarda o atendimento. Durante a realização do exame, eu consigo tratar aquela criança de uma forma mais humanizada e habilidosa. A qualidade de mãe, muitas vezes, faz com que você entenda melhor as questões e necessidades da criança. Você sabe como convencer a criança a se deitar numa maca, a falar de um jeito que lhe explique situações difíceis vividas por ela. O exame da criança requer muito tato e o fato de ser mãe me ajuda e me deixa muito mais confortável no meu trabalho no Namca”, conta.

Apoio às mãe servidoras

A perita legista Mayane Melo, do Núcleo de Toxicologista Forense (Nutof), relata que quando ingressou na Pefoce, em 2016, tinha uma bebê de quatro meses de idade. Ela conta que foi um período desafiador, pois ela precisou conciliar o trabalho e os cuidados dos primeiros meses de vida da sua primeira filha. A servidora destaca que, no ano seguinte, em 2017, junto com outras servidoras mães da Pefoce e das demais vinculadas da segurança, integrou um comitê junto à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) que resultou na portaria que beneficia servidoras grávidas, lactantes e pais do sistema de segurança.

Mayane conta que a portaria foi essencial na sua segunda gestação. “Quando minha segunda filha nasceu, a SSPDS já havia publicado a portaria, a qual ajudei a construir para amparar a gestação e a lactação. Com isso me senti mais fortalecida e protegida. A maternidade foi transformadora em minha vida. Com certeza não sou mais a mesma mulher e profissional de antes”, ressalta. A perita fala como a maternidade mudou a sua vida e a sua relação com o trabalho: “não tenho dúvidas, que um dos fatos que me faz trabalhar com mais afinco é a busca incessante por justiça e pela construção de um futuro melhor para minhas filhas, além de ser espelho para que elas possam crescer sabendo que, paralelo à maternidade, a mulher mãe pode ocupar todos os espaços da sociedade. Ser mãe e poder ter uma rede de apoio é fundamental para que eu possa ser supermãe e profissional”.

Sensibilidade

Filhos também são o combustível de vida da auxiliar de perícia, Luciana Sales Cirino. A profissional, que atua na identificação humana através da papiloscopia, é mãe de uma menina de seis anos e está gestante do segundo filho. Em meio às emoções e mudanças do seu corpo e do seu emocional devido à gestação, a servidora se mantém empenhada na missão de servir à sociedade. “Ser mãe me inspira porque eu tenho a sensibilidade de tentar dar o melhor de mim, eu me coloco no lugar das mães que estão esperando por uma identificação, ou o resultado de uma perícia, então eu tento fazer sempre o meu melhor com eficiência e agilidade para a sociedade. O motivo de sair de casa para trabalhar e ter o motivo para voltar para casa é muito gratificante. E ter a certeza que aquele trabalho nos beneficia, como a gente beneficia com amor e dedicação a segurança pública do Estado do Ceará.

Zelo e carinho

Habitualmente elogiada durante visitas de autoridades externas, a limpeza dos laboratórios da Pefoce, da Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses (Calf), é de responsabilidade de uma mãe muito especial e profissional dedicada, a colaboradora Eliane da Silva. O empenho de Eliane na manutenção dos espaços, e de tantas outras colaboradoras que desempenham a função, é de suma importância para todos da instituição, principalmente nesse período em que todo o mundo está em uma luta diária no combate à pandemia do coronavírus, que requer cuidados dobrados, entre eles, a higienização dos ambientes para exterminar o vírus.

Eliene, sempre com um largo sorriso que são perceptíveis mesmo com o uso da máscara, realiza o seu trabalho e interage com todos com muita alegria. O zelo e carinho de Eliane pelo local de trabalho são reflexos de toda atenção e cuidado que ela tem com a sua própria casa e com o seu filho. A colaboradora conta que a maternidade a mudou como ser humano. “A minha experiência de ser mãe foi muito boa. Eu adoro ser mãe, amo o meu filho e amo meu trabalho aqui na Pefoce. A experiência da maternidade me ajudou a ser uma pessoa melhor e a olhar as coisas com outros olhos. Aqui na Calf, a gente tenta ser o melhor possível no ambiente de trabalho”, conta.