Veículos apreendidos junto com drogas no Pará mantêm relação com cearenses presos
22 de fevereiro de 2021 - 12:07 #Draco #Drogas apreendidas #Investigação #Operação Guilhotina #Polícia Civil de Estado do Ceará
Após a descoberta de 1.150 quilos de drogas encontradas próximo a dois veículos no município de Bujaru, no nordeste do Pará, no sábado (20), a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), identificou que os automóveis possuem relação direta com dois cearenses apontados como chefes de uma organização criminosa que pretendia se estabelecer no estado paraense. Eles foram presos na última terça-feira (16), em uma operação deflagrada no Ceará e no Pará. Detalhes da ofensiva policial e do desdobramento da Operação Guilhotina foram divulgados em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (22), na sede da Superintendência da PCCE, no Centro de Fortaleza.
Com o aprofundamento das investigações da Operação Guilhotina, os investigadores confirmaram a ligação entre a droga que foi encontrada e os veículos no Mitsubishi Pajero Dakar, com placas do Ceará, e um Fiat Strada, com placas do Pará. Durante a ofensiva policial realizada na terça (16), os policiais civis localizaram em um apartamento em Belém (PA), onde alvos da operação se encontravam, a documentação do Fiat Strada, bem como um manual do veículo e a chave reserva.
No mesmo imóvel, também foi encontrado um documento de recibo de sinal da compra de um terreno na localidade de Sítio Castanhalzinho, no município de Bujaru (PA). O terreno é supostamente o mesmo local onde os veículos e a droga foram apreendidos. A Polícia Civil do Ceará aprofundará as investigações no sentido de comprovar que tanto a droga apreendida na última terça quanto os entorpecentes localizados no sábado são de propriedade do mesmo alvo e seriam remetidos para o Ceará.
Apreensão das drogas
Em ação das Polícias Civil e Militar do Pará, no último sábado (20), mais de uma tonelada de uma substância com características semelhantes à cocaína e pedras de oxi foi apreendida, no município de Bujaru. A ação é resultado do desdobramento das investigações da Operação Guilhotina, deflagrada pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), na última terça-feira (16), no Ceará e no Pará. O material ilícito foi encontrado junto a dois veículos numa área de mata e estava acondicionado em mais de mil tabletes.
Conforme informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) do Pará, três suspeitos estavam próximos a um dos carros onde os entorpecentes estavam e trocaram tiros ao perceberem a aproximação dos agentes da segurança pública. As Polícias paraense seguem em busca dos alvos, que conseguiram fugir pela mata. A droga apreendida foi levada pela equipe da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil do Estado do Pará (PCPA). A droga totalizou em 1,150 tonelada. As informações obtidas a partir das apreensões serão trabalhadas pela Draco da PCCE e pela Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE), com o objetivo de identificar o destino da droga e os responsáveis pelo recebimento dos entorpecentes no Ceará.
Operação Guilhotina
Na última terça-feira, 16 pessoas foram capturadas e 633 quilos de cocaína e crack, além de R$ 75 mil, foram apreendidos, no Ceará e no Pará. Entre os presos nesta ação, estão dois homens apontados como os chefes de uma organização criminosa, oriunda do Rio de Janeiro, com atuação em território cearense. As investigações indicam que a dupla, que é cearense, estava no Rio de Janeiro, e se mudou para Belém (PA), no último dia 26 de janeiro. A suspeita é que a dupla se preparava para tentar se estabelecer em solo paraense, pois seria considerado um território “neutro”, visto que os dois homens não eram procurados por crimes lá. A Operação Guilhotina desarticulou um braço do coletivo criminoso que se preparava para se estabelecer no Pará e mantinha relações próximas a integrantes do mesmo grupo criminoso no Ceará.
Além de policiais civis da Draco, as ações da Guilhotina no Ceará contaram com efetivo da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) e apoio do Departamento de Inteligência Policial (DIP) e também da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE). No Pará, uma equipe da Draco teve colaboração de policiais civis da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) nas diligências.
Histórico da operação
A guilhotina é a referência de corte para a operação desenvolvida pela Draco, que tem como objetivo tirar de circulação e enfraquecer os criminosos apontados como chefes de um coletivo criminoso atuante no Ceará. As investigações iniciaram em junho de 2020, após circular, em aplicativo de mensagens, informações sobre o domínio de um grupo criminoso em alguns bairros de Fortaleza. Na época, foram realizadas queimas de fogos em comemoração.
Com as investigações, ainda em junho do ano passado, o primeiro suspeito foi preso. Já em outubro, foram presos outros dois suspeitos. Em novembro, cinco outros integrantes do coletivo criminoso foram capturados. Em janeiro deste ano, mais dois integrantes foram presos. Com a operação realizada na terça-feira (16) e nesse sábado (20), sobe para 28 o número de integrantes do grupo criminoso que se encontra preso, além de 1,783 tonelada de drogas apreendidas.
Denúncias
Para combater a atuação de grupos criminosos no Estado, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) conta com a participação da população para repassar informações que auxiliem os trabalhos investigativos. Por isso, a unidade especializada da Polícia Civil do Ceará mantém um número de WhatsApp para receber denúncias de ações criminosas em todo o Estado. A população pode enviar mensagens de texto, áudios, fotos e vídeos para o número (85) 98969-0182.
As denúncias também podem ser feitas, por meio de ligação gratuita, para o 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). O sigilo e o anonimato são garantidos.