Estado do Ceará é primeiro colocado da Região Norte e Nordeste em coleta de DNA em local de crime

7 de julho de 2020 - 16:33 # # # # # # # #

A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), órgão vinculado à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), está em primeiro lugar no ranking entre os órgãos de Polícia Científica das regiões Norte e Nordeste no número de coleta de amostras de DNA de local de crime. De acordo com o XXII Relatório da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), que possui 22 órgãos de Polícia Científica (21 estados e Distrito Federal), a Pefoce ocupa o primeiro lugar da região no ranking na modalidade vestígio de local crime com 422 perfis cadastrados. Em números totais, o Ceará possui 3.010 perfis genéticos cadastrados no RIBPG.

A coleta dos vestígios dos locais de crime e vestígios oriundos de abuso sexual têm contribuído para que mais delitos em investigação sejam elucidados no Estado do Ceará. De acordo com o perito legista Júlio Torres, supervisor do Núcleo de Perícia em DNA Forense da Pefoce, os peritos de locais de crime da Capital e dos núcleos da Pefoce do interior do Estado estão encaminhando esse tipo de vestígio com mais frequência e as análises estão dando consistência aos indiciamentos e também são essenciais para as condenações.

Júlio Torres explica que esse tipo de análise, entre as muitas outras modalidades que o DNA Forense realiza, é uma das mais importantes. “Identificar a materialização e autoria de um crime faz com que a investigação caminhe mais rápido e contribui de uma maneira eficiente para que a justiça seja feita. E o DNA é uma forte ferramenta para a segurança pública. Às vezes é a resposta que se espera para fechar um caso, principalmente, em crimes de estupros e crimes contra a vida”, conclui.

Vestígio biológico

O exame de DNA Forense é feito a partir da extração do material genético contido em vestígios biológicos, como sangue, saliva e urina, deixados em vestes ou objetos de locais de crime, entre outros. Conforme o perito criminal, Rogério Alexandre, supervisor do Núcleo de Perícia Externa (Nupex) da Pefoce, o perito atua no local de crime junto com o delegado que investiga o caso. “Os vestígios são coletados e custeados para análise. No caso do material biológico, a coleta é encaminhada para o laboratório de DNA. Em alguns caso, quando ocorre a prisão de um suspeito, o material genético é confrontado com o material que foi coletado do local de crime e o caso é elucidado com a prova material científica do DNA”, explica.

Casos elucidados

 

Um dos crimes elucidados com o apoio do DNA Forense da Pefoce, na última semana, foi o de duplo homicídio ocorrido no último mês de maio, em que dois irmãos, Antonia Jéssica de Araújo Silva (28) e Leandro de Araújo SIlva (35), foram mortos dentro de casa, no município de Maranguape. O DNA de um dos suspeitos de participação no crime foi coletado na casa das vítimas, ele foi identificado como Igor Rodrigues do Nascimento, 21. Ele foi preso no mês seguinte, em junho, por suspeita de tráfico de drogas. O laudo da perícia de local de crime juntamente do laudo do Núcleo de Perícias em DNA Forense confirmaram que Igor Rodrigues estava envolvido nas mortes dos irmãos. O suspeito foi indiciado pela Delegacia Metropolitana de Maranguape.

O Núcleo de DNA da Pefoce também auxiliou na prisão de um outro suspeito, dessa vez, pelo crime de estupro contra a própria filha de 12 anos, no interior do Estado, no município de Bela Cruz. De acordo com o supervisor do Núcleo de DNA da Pefoce, o caso foi bem delicado, pois a vítima engravidou do próprio pai aos 11 anos de idade e vinha sendo molestada desde os 10 anos. O exame comprovou a paternidade do suspeito de 37 anos de idade em relação à criança que nasceu como fruto da violência sexual. Ele foi preso no último dia 25 de junho por estupro de vulnerável. A prisão foi realizada por policiais civis da pela Delegacia Municipal de Bela Cruz.

Atuação

O Núcleo de Perícias em DNA Forense também atua em outras modalidades. Além das identificações de materiais genéticos oriundos de locais de crimes contra a vida, de crimes sexuais, entre outros, o DNA Forense da Pefoce também realiza a coleta dos perfis genéticos de condenados por crimes hediondos, que cumprem pena no o sistema prisional. Atualmente, existem 2.511 perfis cadastrados, o que possibilitou que alguns crimes fossem solucionados graças ao DNA coletado de condenados, que haviam cometido outros crimes que ainda estavam sem solução.

O Núcleo de Perícia em DNA Forense também atua na identificação humana de corpos carbonizados, putrefeitos, mutilados e em ossadas, ou seja em amostras em que não é possível realizar a identificação por papiloscopia. Nesses casos, o DNA é comparado com o perfil genético de parentes de primeiro grau das vítimas ou por meio de reconstrução familiar, através de irmãos ou avós. A técnica de identificação científica é extremamente importante para que ocorra a correta identificação da vítimas na Pefoce.