SSPDS, Supesp e MPCE realizam reunião para apresentar estudo sobre processos relacionados a feminicídios

3 de dezembro de 2019 - 18:22 # # # # #

Durante a reunião, pesquisadoras do Gappe, que atuam em convênio com a SSPDS, MPCE e universidades, apresentaram um estudo sobre o feminicídio, apontando indicadores, como características de agressores e de vítimas e perfis socioeconômicos, e visando fortalecer políticas de apoio às mulheres em situação de violência

Seguindo a linha da análise de dados e a utilização de pesquisas para a geração de novas estratégias, a Superintendência de Pesquisa e Estratégias de Segurança Pública (Supesp), órgão vinculado à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE), se reuniu com membros de outras secretarias e instituições parceiras, durante a apresentação de um estudo sobre os processos penais de feminicídio, no Ceará. A pesquisa foi capitaneada pelo Grupo de Apoio e Pesquisa à Persecução Penal (Gappe), que atua em convênio com a SSPDS, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e universidades.

A apresentação ocorreu, na manhã desta terça-feira (3), com a presença do superintendente da Supesp, Aloísio Lira; da diretora do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), delegada Rena Gomes; do coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Caocrim) do MPCE, André Clark; além das pesquisadoras do Gappe, Katarine Medeiros Dias, Rebeca Quezado, Jade Gurgel Trubert e Andressa Esteves Barbosa

Durante a pesquisa, que durou em torno de um ano, foram analisados 55 processos penais de feminicídio, ultrapassando 13 mil páginas analisadas, com o objetivo de traçar indicadores importantes que levem as instituições envolvidas a montar políticas públicas capazes de evitar o ciclo de violência. Umas das pesquisadoras, Katarine Medeiros, explica como o estudo, que se trata de um protótipo, foi desenvolvido.

“A nossa ideia é analisar o que aconteceu durante esse ciclo de violência para que culminasse em um feminicídio. Nós traçamos os perfis dos agressores e das vítimas, os aspectos criminológicos, os aspectos relacionados à persecução penal e os aspectos probatórios. A partir disso, hoje, nós apresentamos os resultados preliminares da pesquisa, que irá nos ajudar a entender o processo de vitimização da mulher e de que formao Estado poderá atuar nas mais diversas frentes para quebrar esse ciclo da violência. Agora, pretendemos abranger a pesquisa para outras comarcas do Ceará”, disse.

O superintendente da Supesp, Aloísio Lira, destacou como a pesquisa impactará na melhoria do acompanhamento das mulheres, visando à prevenção dos crimes de feminicídio e de violência doméstica. ”Iremos estudar quais os indicadores que precisarão ser melhorados e o aprimoramento do modelo de resposta da polícia e de acompanhamento dessas mulheres em situação de vulnerabilidade por toda a rede de proteção social. Essa primeira parte do estudo foi para introduzir uma metodologia e saber quais os tipos de parâmetros que utilizaremos nesse primeiro momento. A partir daí começaremos a tratar políticas sólidas, que serão encabeçadas pelos diversos entes do Estado, como Governo do Ceará, SSPDS, Supesp, SPS e MPCE”, destacou.

Para a delegada Rega Gomes, diretora do DPGV da Polícia Civil, o envolvimento na pesquisa põe a Secretaria da Segurança em posição de destaque no que se refere às estratégias de combate à violência contra a mulher. “A primeira importância dessa pesquisa é fazer o diagnóstico, identificando situações em que é possível fazer intervenções mais efetivas. Então, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social sai na frente a partir do momento em que ela entende o que está acontecendo nos casos concretos, para que possa traçar estratégias, que impactem em políticas efetivas de proteção à violência contra a mulher. Essa iniciativa ocorre para que não cheguemos aos casos de feminicídio e para que alcancemos a diminuição desses indicadores”, destacou.