Corpo de Bombeiros receberá medalhas do Governo do Ceará e da PMF por resgates de vítimas do desabamento do edifício Andrea

4 de novembro de 2019 - 18:14 # # # #

O governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou, na tarde desta segunda-feira (4), a entrega da Medalha da Abolição ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) em homenagem ao trabalho realizado pela corporação durante o resgate de vítimas do desabamento do edifício Andrea, em Fortaleza. A iniciativa aconteceu na presença do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que também revelou que fará a entrega da Medalha Dragão do Mar ao CBMCE. Estiveram presentes o coronel comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Luis Eduardo Holanda, o comandante-geral adjunto, Cleyton Bastos, e uma parte dos bombeiros militares que atuaram nos resgates.

“O convite foi primeiramente para parabenizar o trabalho feito pelo Corpo de Bombeiros na tragédia que ocorreu recentemente. Tanto eu, governador, quanto o prefeito, tomamos uma decisão importante e queríamos comunicar a vocês. Por parte do Governo do Estado, nós resolvemos homenagear os Bombeiros com a medalha da Abolição já para ser entregue, agora, dia 29 de novembro. É uma forma de reconhecimento ao trabalho da corporação e por isso fiz questão de convidá-los aqui para fazer esse agradecimento e esse anúncio”, destacou Camilo em sua fala.

Já o prefeito Roberto Cláudio revelou que a comenda da Prefeitura de Fortaleza, a Medalha Dragão do Mar, será entregue pela primeira vez, tendo como agraciado estreante, o Corpo de Bombeiros. “Aproveitando o ensejo e pela mesma razão, que foi o trabalho histórico de vocês, nós homenagearemos a corporação com a Medalha Dragão do Mar. Apesar de ter sido criada em lei, essa comenda nunca foi entregue a ninguém. Então, a primeira será à instituição Corpo de Bombeiros”, disse. O prefeito informou que a comenda será entregue ainda neste ano de 2019, em data a ser divulgada posteriormente.

Após os dois anúncios, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Luis Eduardo Holanda, comentou que a homenagem não se restringe apenas àqueles que pertencem à instituição atualmente, mas também a todos que integraram a corporação durante os seus 94 anos.

“Isso muito nos honra. Na história dos Bombeiros, nós sempre tivemos uma boa aceitação junto à população. Então, eu acredito que após aquele dia, a população passou a gostar ainda mais da instituição e a conhecer e respeitar o nosso nível técnico e de comprometimento. E eu divido muito disso com o Governo do Estado e com a Prefeitura de Fortaleza, que estavam lá todos os dias. Então, em nome do Corpo de Bombeiros, ficamos muito lisonjeados. É um reconhecimento ao trabalho de todos. Não somente dos que estão aqui, mas também daqueles que há 94 anos começaram o Corpo de Bombeiros do Ceará”, finalizou.

Além dos Bombeiros, seis personalidades receberão a Medalha da Abolição 2018-2019, no dia 29 de novembro, por terem ajudado a construir a história do Ceará e se destacado de alguma forma no cenário nacional, são: a presidente da Academia Cearense de Letras, Ângela Maria Rossas Mota de Gutiérrez, primeira mulher a presidir a entidade literária; o empresário Edson Carvalho Ventura; a desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, Maria Iracema Martins do Vale, conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); o ex-senador Carlos Mauro Cabral Benevides; Regina Marta Albuquerque Barbosa, fundadora da Casa de Vovó Dedé, instituição sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento de crianças e jovens de seis a vinte e nove anos em situação de vulnerabilidade social; e Padre Reginaldo Manzotti, fundador da associação Evangelizar é Preciso, movimento de evangelização.

A escolha é feita por uma comissão que avalia o conjunto de nomes e resolve conceder, dentre esses, a medalha para aqueles que mais se destacaram. Com os seis que serão agraciados este ano, chega a 170 as personalidades homenageadas.

Abolição

Em 25 de março de 1884, Francisco José do Nascimento, o corajoso pescador e marinheiro conhecido como Chico da Matilde, afirmou que a partir daquela data não se embarcavam mais escravos nos portos do Ceará. Assim era decretada a abolição da escravatura no Ceará, quatro anos antes da promulgação da Lei Áurea, em 1888.

A atitude do cearense, que posteriormente ficou conhecido como o Dragão do Mar, é a inspiração para atitudes de grandes homens e mulheres que até hoje se destacam no cenário nacional e no Ceará.