Em ação de combate à mobilidade do crime com Spia e videomonitoramento, homem com moto roubada é identificado pelo reconhecimento facial da SSPDS

29 de outubro de 2019 - 17:24 # # # # #

Interoperabilidade. Apesar da difícil pronúncia e de normalmente ser aplicada ao conceito de integração entre sistemas, talvez não exista melhor forma de descrever a integração entre homem e tecnologia no contexto da Segurança Pública do Ceará. A palavra descreve o trabalho em conjunto entre profissionais de segurança e as inteligências artificiais, desenvolvidas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e utilizadas em todo o território cearense. Em uma ocorrência registrada, no último domingo (27), a junção do trabalho humano, aliado às câmeras de videomonitoramento, ao Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia) e ao reconhecimento facial, culminou na elucidação de um roubo de veículo, em Fortaleza.

Tudo começou quando uma motocicleta com queixa de roubo foi detectada por um sensor do Spia, às 10h23min, quando esta passava por uma das ruas do Álvaro Weyne – Área Integrada de Segurança 4 (AIS 4). Um minuto depois, exatamente às 10h24min, os operadores da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), já cientes sobre a localização do veículo, passaram a acompanhar o seu percurso por meio das câmeras de videomonitoramento. Concomitante a isso, homens e mulheres da Ciops traçavam o cerco inteligente e orientavam equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE), indicando o melhor ponto para abordagem.

O condutor da motocicleta roubada foi abordado às 10h32min, no bairro Monte Castelo (AIS 4), por uma viatura da Polícia Militar, lotada na própria SSPDS. Em segundos, outra viatura e depois uma equipe de três motocicletas, todas da Polícia Militar, que estavam participando do cerco, chegam ao local da abordagem. Na revista, o homem repassou um nome, que levantou suspeita por parte dos policiais militares. Com isso, a equipe utilizou, por meio do aplicativo Portal do Comando Avançado (PCA) da SSPDS, a tecnologia do reconhecimento facial. Com uma foto tirada pela própria câmera do smartphone, a ferramenta chegou ao nome verdadeiro do condutor: Jaime Teixeira de Sousa (21), natural de Campinas, em São Paulo, e com antecedentes criminais no Ceará por tráfico de drogas, receptação e furto.

Jaime Teixeira de Sousa (21)

Todo o procedimento desde a detecção do veículo Spia, até o reconhecimento do suspeito por meio do aplicativo PCA, enquadra-se na visão de futuro denominada “Segurança Pública 4.0”, que possui pontos em comum com a “Indústria 4.0”. Toda atividade de suporte a ação policial funciona como uma linha de produção, aplicada ao contexto da Segurança Pública, na busca pela industrialização de modelos de resposta baseados em dados e informações. Ou seja, toda a análise de tomada de decisão baseada em dados, como no caso do reconhecimento, é feita de forma automática e em tempo real, permitindo ao policial se concentrar nos procedimentos de abordagem e segurança, uma maior celeridade nos processos e economia de tempo. Essa é uma das semelhanças com os processos industriais.

A utilização do reconhecimento facial em smartphones coloca as Forças de Segurança cearenses no mesmo patamar de polícias de outros países, como no País de Gales, na Grã-Bretanha. Em agosto deste ano, a polícia de Gales do Sul passou a utilizar a tecnologia em dispositivos móveis pela primeira vez, em uma fase de teste por três meses. Atualmente, no Ceará, 50 composições utilizam o reconhecimento facial no aparelho celular. O objetivo agora é que cada vez mais os softwares sejam aprimorados para utilização em larga escala.

“É uma demonstração do que pensamos para a nossa Polícia do futuro e ela já está bem próxima. Ou seja, uma polícia que saberá fazer o uso das ferramentas tecnológicas, associando toda essa tecnologia ao seu dia-a-dia e com um verdadeiro processo de aculturamento da atividade policial, que fundirá a utilização do tirocínio, baseado na experiência do policial, aliada à cultura do mundo digital, trabalhando e aproveitando dados, e deixando-os disponíveis para os serviços de inteligência e de investigação. Com isso, o policial nas ruas consegue ter uma melhor consciência situacional, ou seja, tomar melhores decisões e em muito menos tempo baseado em dados e informações.”, destaca o secretário da SSPDS, André Costa.

O término da ocorrência se deu no 34° Distrito Policial (DP), no bairro Farias Brito. Em depoimento, o proprietário da motocicleta afirmou que teve o veículo subtraído no dia 21 de outubro. Na ocasião, a vítima levou a moto até uma rua no bairro São Gerardo, onde negociaria a sua venda. Jaime, que era o interessado, anunciou o assalto e subtraiu a motocicleta. O suspeito foi autuado por falsa identidade e responderá também pelo roubo de veículo.

Assista ao vídeo da abordagem: