Secretário André Costa fala sobre visão de futuro da Polícia no Ceará

22 de maio de 2019 - 17:45 # # # # # # #

Os novos caminhos da segurança pública com estratégia e tecnologia aliadas à capacitação do policial. Foram alguns dos temas abordados pelo secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, durante palestra para alunos da pós-graduação da Universidade de Fortaleza (Unifor), na noite dessa terça-feira (21). O gestor foi convidado para o evento “Estratégia e Inteligência Policial na Segurança Pública do Ceará.” Essa é a primeira de uma série de visitas às universidades para debater o assunto.

Os alunos da área de tecnologia e de outros cursos da universidade foram apresentados a ferramentas como o painel analítico do Big Data, que reúne informações de 50 órgãos e sistemas, com aplicações de Inteligência Artificial. André Costa mostrou como essa estratégia fortalece o trabalho de gestão e ação da polícia, “do ser humano por trás das estratégias e da tecnologia”.
O secretário da Segurança também falou sobre uma mudança de cultura na polícia, por meio da valorização de seus profissionais e o treinamento para o uso dessas ferramentas. No final, “sempre será o policial que vai tomar a decisão durante uma ocorrência. O foco é o ser humano”, ressaltou André Costa. Ele disse ainda que o uso de estratégias apoiadas pela tecnologia tem feito o Ceará se destacar no cenário nacional, como a redução de mortes e de roubos.

No mesmo evento, o superintendente de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), Aloísio Lira, apresentou o conceito de Mobilidade do Crime, que tem como foco o combate de crimes praticados a bordo de veículos automotores. Ele ressaltou que os dados e informações são coletados e processados em tempo real. Um exemplo disso é o Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia), que aplica técnicas de inteligência artificial para detectar automaticamente a presença de veículos roubados, furtados ou clonados. Ferramenta desenvolvida pela SSPDS em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Universidade Federal do Ceará (UFC).

Em todo o Estado, são mais de 3.300 câmeras de videomonitoramento interligadas à Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), reforçando o trabalho policial, em sincronia com vários sistemas. O resultado tem sido a redução acima de 20% nos Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs) nos últimos 23 meses no Ceará.

Aloísio Lira explicou que as informações coletadas e processadas no Big Data são fundamentais para facilitar a investigação, a inteligência e a tomada de decisões. Algoritmos com aprendizado de máquina alcançam o nível de predição, antecipando-se às ações delituosas.

Aloísio, que é analista em estratégia, inteligência e governança, fala que o sucesso nas ações implementadas – que reduziram também os índices de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs), que são crimes territoriais – é baseado em pesquisa. A Supesp mapeou 70 indicadores como renda, saneamento e educação, por exemplo, em áreas críticas de Fortaleza e repassou os dados para Prefeitura e Estado. Assim, de forma simultânea, Polícia e demais instituições agem para melhorar a situação desses microterritórios na cidade. Esse é o princípio das bases do Programa de Proteção Territorial e Gestão de Riscos (Proteger). Aloísio Lira enfatiza que o trabalho policial de inteligência e estratégia, associado à ação com foco social, são o caminho para resultados cada vez melhores.