Peritos da Pefoce realizam curso do FBI para atuar em ocorrências com explosivos

8 de abril de 2019 - 17:18 # # # #

Dois peritos da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) realizaram um curso com agentes do Federal Bureau of Investigation (FBI) – órgão de investigação federal dos Estados Unidos da América (E.U.A.) – para atuar em ocorrências envolvendo uso de explosivos e bombas de diferentes tipos. O curso “Investigação Pós-Explosão” foi um treinamento promovido pela embaixada americana e a Polícia Federal (PF). Com cronograma intensivo contemplando aulas teóricas e práticas, os participantes foram preparados para diferentes tipos de ocorrências envolvendo diferentes tipos de explosões e suas proporções. O curso foi realizado na Academia Nacional de Polícia, em Brasília, no Distrito Federal (DF), com cinco dias de duração e teve a sua última etapa na sexta-feira (5).

Os dois servidores da Pefoce que passaram pela formação foram: a perita criminal Manuela Candido, responsável pela Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses (Calf), e o perito criminal Lauro Ferreira, do Núcleo de Perícia em Engenharia Legal e Meio Ambiente (NPELM) da Coordenadoria de Perícia Criminal (Copec) da Pefoce. Ambos lidam com perícias que envolvem materiais químicos, inflamáveis, bombas e incêndios. Com o treinamento, as duas coordenadorias e seus laboratórios poderão atuar de modo sincronizado quando se depararem com ocorrências desta natureza.

Conforme a coordenadora da Calf, a formação foi indispensável para o perito especialista em ocorrências com bombas e explosivos e será muito útil no atendimento de ocorrências dessa natureza no Ceará. “O curso contemplou a parte de procedimentos operacionais em local de crimes dessa natureza e prezou pela aplicação desses conhecimentos com a execução de exercícios dinâmicos práticos”, ressaltou.

Nas perícias do NPELM, núcleo ligado à atuação de engenharias, o curso traz um melhor preparo para os peritos que além das perícias de crimes ambientais, ruptura de estruturas, falhas mecânicas, entre outros, também realiza a análise de sistemas eletrônicos e incêndios. Para atuar com melhor precisão e desenvoltura dos resultados, os peritos do NPELM utilizam equipamentos, técnicas e cálculos que constatem como se deu determinado ‘sinistro’, por exemplo. Um destes equipamentos é o drone que faz imagens aéreas e mostra aos peritos percepções que não são possíveis através da perspectiva das imagens capturadas ao solo. Em caso de uma explosão, os engenheiros com suas técnicas, cálculos e equipamentos darão uma importante contribuição neste tipo de perícia.

Curso

O conteúdo aplicado no curso foi dividido em módulos, começando de maneira mais ampla e geral sobre os tipos de componentes dos explosivos. Depois, em outra etapa, os peritos puderam acompanhar uma série de explosões e coletar vestígios. Outro módulo bem específico para a área pericial foi o “Processamento de cena de crime após explosão”, que tratou da preservação do vestígio, coleta e cuidados para a não-contaminação do vestígio. Ao final do curso, os participantes simularam um caso e apresentaram os resultados do trabalho com croqui, análise das evidências e conclusão do caso fictício.

O curso foi ministrado por quatro agentes especiais do grupo de bombas e explosivos do FBI da Virgínia, Arizona e Flórida, nos Estados Unidos da América. Kevin D. Finnertry, coordenador do curso, possui 22 anos de experiência na função e já trabalhou em vários atentados terroristas. Atuou no Afeganistão, Iraque, países da África e outras regiões com incidência de conflitos.