Pioneiro no Nordeste, aplicativo Galilei agiliza trabalho de peritos em local de crime no Ceará

18 de outubro de 2018 - 18:19 # # # #

A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) já atua com um reforço tecnológico que tem auxiliado os peritos em locais de crime contra a vida e em ocorrências de trânsito. O aplicativo Galilei, que funciona em um dispositivo tablet, realiza digitalmente o registro das informações das perícias dos lugares de ocorrências, o que antes era feito por meio de anotações em pranchetas. Para que a nova ferramenta de trabalho chegasse a todos os peritos externos, foram adquiridos 40 tablets para peritos da Capital e dos sete núcleos da Pefoce no Interior.

Entre as múltiplas vantagens do Galilei, os peritos ressaltam a praticidade em preencher com mais agilidade os itens predispostos no software com apenas alguns toques. Eles também foram beneficiados com as opções de capturarem com o tablet, imagens, áudios, vídeos, testemunhos e quaisquer elementos que considerem importante, ou que sirvam de provas para serem anexadas ao processo de elaboração de um laudo pericial.

Após um ano de desenvolvimento e, em uso experimental há mais de três meses, o aplicativo que os peritos forenses utilizam foi nomeado de Galilei, em homenagem ao cientista italiano Galileu Galilei, considerado o ‘pai da ciência moderna’. A ferramenta de perícia externa foi elaborada pela equipe da Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTI) da Pefoce. Sem custo financeiro, a ferramenta foi desenvolvida a partir da iniciativa e empenho da equipe técnica da CTI, que criou o projeto-piloto e realizou os aprimoramentos junto a uma equipe de peritos experientes.

Conforme o responsável pela Coordenadoria de Perícia Criminal (Copec), Rômulo Lima, o aplicativo é pioneiro no Nordeste e já chama atenção dos estados vizinhos que buscam informações sobre o Galilei. A Bahia, por exemplo, já mostrou interesse em assimilar a ferramenta. Ainda de acordo com o coordenador, a economia de tempo no trabalho dos peritos está sendo significativa. “Antes, com o papel, perdia-se muito tempo anotando. Agora, a otimização do trabalho melhorou em média 40%”, pontua.

Já no setor de desenvolvimento, o coordenador da CTI, Luciano Freire, explica que, além de toda a praticidade e a vantagem do registro multimídia, é válido ressaltar também a importância da segurança da informação. Com o dispositivo, os dados ficam resguardados em um sistema de dados. Ao final da perícia, o software agrupa as informações cedidas pelo perito e elabora um ‘pré-laudo’ que, ao chegar à Pefoce, o perito vai checar, incluir mais alguns detalhes e dar sequência na elaboração do laudo final.

Nesta primeira etapa de adaptação à nova ferramenta de trabalho, os peritos estão indo às ruas com seus tablets e suas pranchetas, porém, o processo de assimilação está em ritmo avançado e, em pouco tempo, todos atuarão integralmente com os equipamentos tecnológicos.

Entre os peritos que já usam o tablet com o Galilei, está a perita adjunta Sônia Silva, que atua em locais de crime contra a vida e em ocorrências de trânsito desde 1996. Com 22 anos de experiência na função, a perita conta que a nova ferramenta melhorou o seu trabalho. “O tablet tem agilizado os levantamentos periciais, e tornado mais prática a elaboração dos laudos, assim como armazenamento de fotografias dos casos”, avalia.