SSDPS leva crianças e adolescentes com dupla deficiência para sessão de Equoterapia

5 de junho de 2018 - 18:48 # # # #

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), por meio de uma ação da Coordenadoria de Defesa Social (Codes) proporcionou, nesta terça-feira (5), uma sessão de equoterapia para alunos da Escola de Ensino Fundamental Instituto dos Cegos na sede do Regimento de Polícia Montada da Polícia Militar do Ceará (PMCE). Os alunos tiveram direito a um passeio a cavalo e uma breve aula sobre os objetos usados como instrumentos de montaria.

Com uma parceria, fruto do bom relacionamento com a comunidade, foi possível articular essa visita que proporciona aos alunos do Instituto uma vivência muito importante com os cavalos que estão na cavalaria, além de uma experiência sensorial, que é estimulada através da equoterapia”, afirmou, o tenente-coronel Bernardo Aguiar, da Coordenadoria de Defesa Social da SSPDS.

O Regimento de Polícia Montada desenvolve alguns projetos sociais voltados para a sociedade e particularmente a equoterapia. Os projetos se destinam ao atendimento de crianças com necessidades especiais como um método terapêutico e educacional, utilizando o cavalo dentro de uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar nas mais diversas áreas. “Com o intuito de desenvolver o biopsicossocial de pessoas com deficiências ou necessidades especiais, a iniciativa tem se mostrado um projeto de prevenção muito eficaz e muito bem avaliado pelos profissionais de saúde. Com todo o suporte das diretoras, coordenadoras e professoras da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), foi possível levar essas crianças para conhecer e ter essa experiência de forma lúdica e prazerosa. Com artifícios de diversão e entretenimento, que tornaram esse momento mais dinâmico”, ressalta o 1º tenente Rommel Arrais, coordenador do centro de equoterapia da PMCE. Ele acrescenta sobre os benefícios da prática com os cavalos. “Melhora o equilíbrio, tem ganho de tônus muscular, eles interagem com os animais, a equipe de profissionais e a natureza, recebem de novas sensações e estímulos, melhoram o rendimento escolar e a concentração”.

Essa ação acontece em dois momentos, hoje (5) e na próxima terça-feira (12), sendo o alvo principal as crianças, adolescentes e adultos com deficiência auditiva e, em alguns casos com dupla deficiência, auditiva e motora. “É um momento de imersão na equoterapia, na cavalaria conhecendo os projetos e os profissionais treinados que tem toda habilidade necessária para tratar com esse público. Essas ações têm tudo a ver com a segurança pública cidadã, segurança comunitária e defesa social. Por isso, essa ação foi articulada tendo todo o apoio do comandante da Cavalaria, tenente-coronel Ricardo Colares”, reconhece o tenente-coronel Bernardo Aguiar.

É uma experiência maravilhosa, pra gente que não tem contato com os animais. Isso é muito bom e pra minha filha é algo muito enriquecedor. Ela sempre me surpreende com suas atitudes, e muitas vezes, eu fico feliz, porque apesar de tudo, ela tem tido contato com coisas que eu jamais imaginei” afirma Ana Paula Sampaio, mãe de Vitória Laisa, de 7 anos, com deficiência auditiva. Para a educadora e professora do Instituto dos Cegos, Eveline Costa, “é importante essa ação, pois aumenta o vocabulário deles. Eles vão chegar à escola, em casa e com os amigos deles e vão falar o que perceberam e escutaram aqui, além de ser um momento de diversão e de fortalecer ainda mais os sentidos de todos eles,” revela.

A professora Eveline Costa comenta a relação que mantém com os alunos. “Já estou em tempo de me aposentar, mas, na verdade, eu não consigo fazer isso, porque estou tão ligada a todos eles. Tudo que vejo, levo pra eles, procuro sempre dar o meu melhor e não vivo sem eles. Acho que o dia que eu tiver realmente que me aposentar, vou viver com um vazio no meu coração. Eles fazem parte de mim e de tudo que me tornei“.

Relatos de familiares

Ana Paula Sampaio, mãe da Vitória Laisa, deficiente auditiva, fala um pouco sobre as dificuldades que sua filha enfrenta. “Eu sinto um pouco de dificuldade quando vou sair com ela e acabo percebendo muito o preconceito direcionado pra gente. Infelizmente isso me deixa triste demais, mesmo sabendo que minha filha já é uma vitoriosa por estar viva. Muitas pessoas não veem desde jeito, pra eles é mais um deficiente, um peso. Já pra mim, é minha vida, meu tudo. E mesmo com dificuldades, eu faria tudo de novo, porque é minha razão de viver”, finalizou a mãe da criança. Para Verônica Oliveira, mãe da pequena Maria Eduarda, de 7 anos, reconhece as dificuldades de sua filha, que possui deficiência auditiva e transtorno do espectro autista, mas não desanima. ”É muito ruim perceber que minha filha não enxerga nada, e quando preciso descrever as paisagens e objetos pra ela, é de ficar com o coração partido. Mas, entendo que ela precisa disso”.