Mais um executor das 14 mortes no bairro Cajazeiras é preso nesta segunda-feira (4)

4 de junho de 2018 - 19:03 # # # # #

Mais um suspeito de participar das 14 mortes ocorridas no bairro Cajazeiras, na Área Integrada de Segurança 7 (AIS 7), no dia 27 de janeiro, foi preso, nesta segunda-feira (4), portando uma arma de fogo, em Fortaleza. Joel Anastácio de Freitas (18) estava com mandado de prisão em aberto,após investigações capitaneadas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Ceará (PCCE). “Gaspar”, como é conhecido, é apontado como um dos sete executores do crime. A captura foi realizada pela Polícia Militar do Ceará (PMCE).

O criminoso estava em uma motocicleta roubada, na companhia de um segundo homem, quando foram avistados por uma composição da PM, no bairro Parque Dois Irmãos (AIS 7). Diante da ordem de parada, a dupla não obedeceu e se iniciou uma perseguição, vindo o piloto do veículo a efetuar disparos de arma de fogo contra a viatura. Poucos quarteirões após o início da ação policial, a dupla derrapou e caiu do veículo. O garupeiro conseguiu empreender fuga, já “Gaspar” foi preso pela Polícia. Com ele, foram apreendidos um revólver calibre 38 municiado e uma motocicleta roubada. Buscas foram efetuadas no território, mas o comparsa conseguiu se evadir.

De acordo com as investigações da DHPP, “Gaspar” integra a mesma organização criminosa de Zaqueu Oliveira da Silva (36), preso no dia 25 de maio no bairro Pici (AIS 6), e apontado como um dos mandantes das mortes. Na ofensiva que resultou na prisão de Zaqueu, participaram equipes do 12º Distrito Policial (Conjunto Ceará) e do 18º Batalhão de Polícia Militar. Com ele, foram apreendidas droga e duas armas, incluindo uma metralhadora de fabricação alemã.

Já sobre a atuação de “Gaspar” nas mortes, a investigação concluiu que ele e mais seis suspeitos participaram das execuções. Além da captura de hoje, outros cinco suspeitos já haviam sido cpaturados:Rennan Gabriel da Silva (20), conhecido por “Biel”; Francisco Kelson Ferreira do Nascimento (23), conhecido “Susto”; Ruan Dantas da Silva “RD/PH”; ”Fernando Alves de Santana (26), “Robin Hood” ou “Baiano”; e um adolescente de 17 anos. Anastácio foi autuado em flagrante por roubo, receptação e desobediência. “Gaspar” é investigado ainda por envolvimento em outros homicídios e agora se encontra à disposição da Justiça.

Conclusão inquérito policial

No dia 24 de maio, uma coletiva de imprensa foi realizada na sede da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) com representantes das Polícias Civil e Militar (PCCE e PMCE) e da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) para anunciar as capturas, além das apreensões de veículos, armas, munições e drogas.

Com base no trabalho dos profissionais da segurança pública, foi possível chegar à captura de onze suspeitos de participação direta ou indiretamente das mortes de Cajazeiras, sendo dez adultos e um adolescente. Um adulto foi liberado pela Justiça para responder em liberdade após audiência de custódia. Além disso, foram apreendidas nove armas, 531 munições, duas granadas, 26 quilos de drogas e sete veículos. Dos 14 envolvidos nos crimes, quarto estão com mandados de prisão em aberto e seguem foragidos. Os crimes foram cometidos por disputa entre grupos criminosos rivais.

A DHPP identificou a participação de cada um dos 14 suspeitos envolvidos nas mortes. Segue lista abaixo:

Mandantes

Deijair de Souza (29) – com antecedentes por roubo, porte irregular de arma de fogo, tráfico de drogas e indiciado por organização criminosa, pelos homicídios e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Noé de Paula Moreira (34) – com antecedentes por homicídio, ameaça, roubo, dano, estelionato, associação criminosa, crimes de trânsito, porte ilegal de arma de fogo, posse ou porte de arma de fogo de uso restrito, tráfico de drogas e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Misael de Paula Moreira (26) – FORAGIDO – com antecedentes por homicídio, roubo, receptação, associação criminosa, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, resistência, desobediência, porte ilegal de arma de fogo e posse ou porte de arma de fogo e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Auricélio Sousa Freitas (35) – FORAGIDO – com antecedentes por furto, porte ilegal de arma de fogo, roubo, tráfico de drogas e indiciado por posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, organização criminosa e pelos homicídios.
Zaqueu Oliveira da Silva (36) – com antecedentes por homicídios, ameaça, roubos, tráfico de drogas e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Executores

Pedro Paulo do Prado Sousa (21) – FORAGIDO – com antecedentes por tráfico de drogas, receptação, posse irregular de arma de fogo e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Rennan Gabriel da Silva (20) – com antecedentes por posse irregular de arma de fogo, porte irregular de arma de fogo, tráfico de drogas e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Francisco Kelson Ferreira do Nascimento (23) – com antecedentes por receptação, posse irregular de arma de fogo, porte irregular de arma de fogo, tráfico de drogas, associação para o tráfico e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Ruan Dantas da Silva (19) – sem antecedentes e autuado por associação para o tráfico de drogas e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Fernando Alves de Santana (26) – sem antecedentes e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Joel Anastacio de Freitas (18) – sem antecedentes e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Adolescente 17 anos – sem antecedentes e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Partícipes

Ana Karine da Silva Aquino (23), “Nega do Pezão” – sem antecedentes e autuada por indiciado por organização criminosa, homicídios, tráfico de drogas e por posse ou porte irregular de arma de fogo de uso restrito.
Ayalla Duarte Cavalcante (22), “Zói” – RESPONDE EM LIBERDADE – sem antecedentes e indiciado por organização criminosa e pelos homicídios.

Análises periciais

A Pefoce foi acionada através da equipe de local de crime que, por sua vez, foi composta por um perito, lotado na DHPP e mais três peritos do Núcleo de Perícia Externa (Nupex). A equipe fez a análise de vestígios, da dinâmica, dos corpos e de toda a ocorrência do caso. Sobre o material balístico, estojos e projéteis foram coletados no local de crime. Além disso, foram analisadas as munições, que vieram nas vítimas, e também as armas apreendidas. Exames de eficiência em munições e armas, como comparação balística entre os vestígios encontrados, foram realizados pelos profissionais.

Já a Informática Forense da Pefoce trabalhou recebendo os celulares encontrados no local do crime e também os aparelhos encaminhados pela delegacia, que foram apreendidos durante as diligências. Os exames foram feitos por meio de análise de arquivos digitais e imagens, bem como diálogos que, por sua vez, identificaram crimes relacionados à própria ocorrência no bairro Cajazeiras e também outros correlacionados. No caso da Coordenadoria de Medicina Legal (Comel), foi feita a necropsia, que analisou a causa mortis, especificamente, de cada um dos corpos.

A Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB), por meio do Laboratório de Identificação Papiloscópica (LIP) atuou no trabalho de revelação de impressões digitais recolhidas no local de crime e em materiais apreendidos.

Denúncias

As Polícias Civil e Militar seguem com as diligências para capturar Misael de Paula Moreira (26), Auricélio Sousa Freitas (35) e Pedro Paulo do Prado Sousa (21). Todos estão indiciados, com mandados de prisão em aberto e são considerados foragidos.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) reforça que a população pode contribuir com as investigações repassando informações que possam ajudar na elucidação do caso. As denúncias podem ser feitas pelo número 181, o Disque Denúncia da SSPDS, para o (85) 3257-8807, da DHPP, ou ainda para o número (85) 99111-7498, que é o Whatsapp da Divisão, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem. O sigilo é garantido.