Policiais militares gêmeos homenageiam suas mães
11 de maio de 2018 - 18:27 #DiaDasMães #PMCE #SSPDS
Ser mãe é uma tarefa sem igual e exige diversas abnegações e renúncias. Dentro desse contexto, já muito labiríntico, existem desafios que vêm em dose dupla ou até mesmo tripla, também conhecidos como bebês gêmeos e trigêmeos. Esse privilégio escolheu Francisca dos Santos (52), genitora das trigêmeas de 27 anos, soldado Carina, soldado Camila e 3º sargento Carolina Furtado, e Hedy Lammar (63), mãe dos gêmeos de 30 anos, soldado Alisson e cabo Anderson Cavalcante. As duas progenitoras, que já são avós, enfrentaram diversas dificuldades para criar os filhos e não deixar nada faltar. Na manhã dessa sexta-feira (11), como forma de homenagear suas mães, os gêmeos entregaram rosas para suas maiores inspirações.
As filhas de Francisca
“Quando recebi a notícia que seriam trigêmeas, quase cai para trás”, como conta Francisca. A gravidez veio dois anos depois do nascimento da primeira filha e modificou para sempre a vida da supermãe. Francisca tinha que conciliar o trabalho – no comércio da família – com a criação das quatro filhas. “No inicio, tive que pedir doação de leite, porque não estava financeiramente pronta para trigêmeas”, explica. A mãe fazia questão de cuidar das meninas, não permitindo babás. O dia a dia não era fácil. Trocar fraldas, colocar para dormir, ensinar a andar, a falar, separar brigas, evitar ferimentos e, o mais difícil: identificar quem era quem. Esses eram deveres realizados com muito amor pela comerciante. “O trabalho era enorme. Às vezes, eu dava comida para quem já tinha comido, brigava com quem já tinha brigado e colocava culpa na filha errada”, relata, com risos, a mãe das trigêmeas.
O tempo foi passando e as meninas foram se tornando mulheres. Por onde passavam, chamavam atenção. Sempre juntas, as três estudaram no mesmo colégio, onde não desgrudavam um só minuto. Após muita dedicação e estudo, ingressaram na universidade. A partir desse momento, as três irmãs começaram a vislumbrar destinos diferentes. Camila e Carina escolheram a contabilidade como formação acadêmica e, em 2013, ingressaram nas fileiras da Polícia Militar do Ceará (PMCE). Carolina também escolheu o ramo de exatas, mas o curso selecionado foi o de Economia e a força militar, a Aeronáutica, onde serve no Rio de Janeiro desde 2012. “Sou muito grata por tudo que minha mãe fez e continua fazendo por nós”, afirma Camila, que está grávida de seis meses. “Ela se esforçou muito para nos proporcionar bons estudos e uma vida digna. Todas as homenagens do mundo ainda não seriam suficientes”, ressalta Carina.
La casa de Lammar
Dizem que coração de mãe sempre cabe mais uma pessoa, mas, no caso da dona HedyLammar, tem espaço para uma multidão. Hedy é o tipo de mulher que trata todos como filhos e que sempre deixa a porta aberta para visitas. A genitora do soldado Alisson e do cabo Anderson não esconde o sorriso ao falar dos filhos, pelo contrário, faz questão de gritar “eles são meus tesouros”. Hedy conta que ficou surpresa quando foi informada sobre as duas vidas que estavam em seu ventre. “Eu sempre os vi como um presente de Deus. Minha vida mudou depois deles”, declara orgulhosa. Além dos gêmeos, a aposentada tem mais uma filha, que é a primogênita. Divorciada há 21 anos, Hedy escolheu criar sozinha os filhos e enfrentar os desafios. Segundo Lammar, a maior dificuldade que ela enfrentava era identificar quem era quem. “Se eles utilizassem a mesma roupa, ninguém conseguia identificar quem era o Alisson e quem era o Anderson”, recorda.
A mulher relembra emocionada do dia que viu os dois com a farda da PMCE. “Foi uma coisa linda, eu nunca vou esquecer esse dia”, afirma. Anderson ingressou na PM em 2010 e foi o primeiro a emocionar a mãe durante a formatura. Alisson não demorou para acompanhar o irmão e, em 2013, também conseguiu realizar o sonho. Dona Hedy não esconde o receio que sente quando seus filhos vão para o trabalho, mas diz se sentir realizada e orgulhosa pela escolha dos dois. Alisson, há três anos, presenteou sua mãe com um lindo neto, trata-se do pequeno Pedro. “Eu sou muito grato a minha mãe por tudo que ela fez. Sei que o amor que ela sente por nós é sem igual, mas sinto um amor imensurável por ela também”, declara Anderson.
Quarteto fantástico
A vida dos quatro gêmeos já se encontraram por diversas vezes, mas, a junção atual está sendo muito proveitosa para a Polícia Militar. Anderson, Alisson, Camila e Carina atualmente trabalham na Célula de Folha de Pagamento, da Coordenadoria de Gestão de Pessoasda PMCE. Os quatro são formados em contabilidade. A presença dos gêmeos no mesmo setor chama atenção de todas as pessoas que procuram a seção. Anderson, Alisson e Camila estudaram juntos na universidade, sendo que os dois últimos ingressaram na Corporação no mesmo ano. Antes de trabalhar no Quartel do Comando Geral, as gêmeas atuavam no Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), no Aeroporto Internacional de Fortaleza. Quando uma estava entrando de serviço a outra estava saindo. “Teve uma vez que uma mulher me perguntou se eu não ia para casa, porque eu sempre estava lá”, relembra Camila. As duas também fizeram o curso de formação juntas. Alisson e Anderson começaram a carreira policial no município de Caucaia, onde atuavam em viaturas diferentes. “Algumas pessoas achavam que eu estava em dois locais ao mesmo tempo ou que me deslocava muito rápido”, afirma Anderson. Os quatro continuam estudando e construindo suas famílias. Existe outra coisa na vida dos gêmeos que é idêntica, o amor que sentem por suas respectivas mães.