Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas – Ciopaer

15 de janeiro de 2018 - 00:20 # # #

HISTÓRICO DA CIOPAER CEARÁ

As primeiras atividades aéreas de apoio à segurança pública no estado do Ceará datam de 1982, ano em que um Boeing 727-200 da empresa Vasp colidiu com a Serra da Aratanha, no município de Pacatuba (Região Metropolitana de Fortaleza), ocasionando a morte de 137 pessoas. Na ocasião, foi utilizado o helicóptero da empresa estatal Companhia Elétrica do Ceará (Coelce), um HB 350 B Esquilo, de prefixo PT-HLM, no transporte dos corpos das vítimas do acidente.

Em 1985, ocorreram várias enchentes no interior do estado, especialmente no município de Russas e em seus distritos, que foram seriamente atingidos. Houve, então, ajuda humanitária com o emprego de helicópteros para o resgate de refugiados que ficaram ilhados, bem como para a distribuição de cestas básicas e medicamentos, além de atendimentos médicos. Entre as aeronaves empregadas, estava novamente o HB 350 B da Coelce.

No dia 19 de novembro de 1987, ocorreu uma tentativa de sequestro de um familiar de um empresário do ramo metalúrgico, quando o filho do empresário e sua médica tiveram a liberdade restringida. Ambos foram ameaçados com um revólver calibre .38 e uma suposta bomba de fabricação caseira. O sequestrador, único envolvido, saiu de carro da empresa armado e com o artefato, levando as duas vítimas e um motorista em direção à localidade de Papagaios, em Caucaia. As vítimas foram sendo libertadas ao longo do percurso, e o criminoso acabou se escondendo na vegetação local, iniciando-se uma verdadeira caçada, ocasião em que novamente foi utilizado o helicóptero Esquilo da Coelce nas buscas.

Em 1991, com a criação do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da PMCE, uma tropa especializada realizou, pela primeira vez, treinamento helitransportado, com desembarques táticos por meio de técnicas de rapel. Para a instrução, foi utilizado um helicóptero MBB BK117 C1, cedido pela empresa Aeróleo.

Em 15 de março de 1994, houve uma ação ousada de detentos do Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), durante visita pastoral do Arcebispo de Fortaleza, dom Aloísio Lorscheider. Treze pessoas foram feitas reféns, entre elas o próprio arcebispo. Após mais de 20 horas de negociações, um grupo de detentos deixou o presídio em um carro-forte, dando início a uma das maiores operações policiais de recaptura do estado. A “Operação Serra Azul”, realizada em Ibaretama, durou dez dias, com emprego de guarnição da PM helitransportada e aeronave de empresa privada. Ao final, todos os 12 detentos foram recapturados e os reféns libertados.

Atento às necessidades de recursos materiais para o cumprimento da missão institucional, o Governo do Ceará iniciou, em 1994, projetos de aquisição de aeronaves para a segurança pública. Nesse mesmo ano, foi iniciado o processo de privatização da Coelce, então responsável pela operação do único helicóptero do Governo do Estado do Ceará. Em 1995, a aeronave HB 350 B Esquilo, prefixo PT-HLM, que se encontrava inoperante em decorrência de acidente, foi transferida para a Polícia Militar do Ceará, recuperada e recebendo o codinome “Raio Uno”, sendo incorporada ao Grupamento de Policiamento Aéreo da PMCE (GPAer), criado em de 10 de outubro de 1995.

Em 1997, outro marco na história da aviação policial cearense ocorreu com o primeiro voo realizado por tripulação totalmente policial, sem a presença de pilotos civis. Os conhecimentos necessários para a formação dos novos comandantes de aeronave já haviam sido transmitidos. Nessa ocasião, também houve a mudança do codinome da aeronave para “Águia Uno”.

Em julho de 2001, dando seguimento a um projeto iniciado em 1999, a SSPDS – Secretaria da Segurança Pública e Defesa da Cidadania criou o Ciopaer – Centro Integrado de Operações Aéreas. A principal mudança foi a integração: policiais civis e bombeiros militares se juntaram aos policiais militares já atuantes, formando uma unidade única e integrada. Todas as missões passaram a ser executadas por equipes mistas.

Para a criação do Ciopaer, foram adquiridos três helicópteros novos, modelo AS 350 B2 Esquilo, de fabricação francesa e montados no Brasil pela Helibras – Helicópteros do Brasil S/A. O Ciopaer passou a ser subordinado diretamente à Secretaria da Segurança Pública e Defesa da Cidadania, e suas aeronaves passaram a desempenhar missões múltiplas: policiamento ostensivo, ações repressivas, resgates, combate a incêndios e operações de Defesa Civil.

Em 2007, além da alteração da identidade visual das aeronaves, o codinome passou a ser “Fênix”. No ano seguinte, houve outro avanço importante: a homologação, pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), por meio da Portaria nº 821/SSO de 12 de junho de 2008 (publicada no Diário Oficial da União nº 112, de 13 de junho de 2008), dos Cursos Práticos de Piloto Privado e Piloto Comercial de Helicóptero. Desde então, o Ciopaer passou a formar pilotos diretamente em suas aeronaves AS 350 B2 Esquilo, sem necessidade de recorrer a outras escolas.

Em 2010, já na condição de Coordenadoria da SSPDS, outro marco foi a aquisição da primeira aeronave multimotora, com capacidade de voo por instrumentos (IFR): um helicóptero EC135 P2+. Nos anos de 2013 e 2014, foram incorporados à frota mais três helicópteros multimotores/IFR do modelo EC145 C2, de maior porte.

Em 2014, graças à aquisição dos helicópteros EC145 C2, equipados com modernos aparelhos de suporte à vida, foi criado, em parceria com o SAMU Ceará (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), o serviço aeromédico, que rapidamente passou a ser considerado o melhor serviço público da categoria no país.

Em 2017, outro grande marco: a aquisição de dois helicópteros novos, modelo H-135 Helionix (EC135 T3H), então os mais modernos do mundo. A Unidade Aérea cearense tornou-se o primeiro operador policial e de resgate a utilizá-los em todo o mundo, bem como o primeiro do Hemisfério Sul e de toda a América, exceto os Estados Unidos.

Situação atual

Atualmente a Ciopaer conta com nove helicópteros, sendo dois AS350 B2 Esquilo, um EC130 B4, um EC135 P2+, três EC 145 C2 e dois H135, além de um avião Cesnna C-210 M Centurion II. Conta ainda com um quadro de pilotos, operadores aerotáticos, mecânicos de manutenção aeronáutica e apoio solo, formados dentro do mais alto padrão técnico e profissional, além de uma vasta gama de equipamentos de última geração, a serem empregados nas várias missões desempenhadas como câmeras de alta resolução com capacidade infravermelho, guinchos elétricos, ganchos de carga, cestos de combate a incêndios, cestos de resgate em altura e meio líquido, além de vasto ferramental para manutenção de aeronaves e equipamentos.

Com atuação marcante não apenas no estado do Ceará, mas também em apoio a outras unidades da federação, como Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Pará e Rio Grande do Sul, a Ciopaer Ceará se destaca no cenário nacional por possuir uma das maiores e mais modernas frotas, e especialmente por operar a maior quantidade de aeronaves multimotoras com capacidade de voo por instrumentos dos órgãos de segurança pública do pais (estaduais e federais).
Completando 30 anos de operações em 10 de outubro de 2025, a Ciopaer Ceará está sempre buscando a melhoria da sua capacidade técnica e de seus recursos humanos e materiais, para cada vez mais fazer o seu lema de “voar para proteger e salvar!”