Líderes comunitários e agentes de segurança pública tornam-se pacificadores sociais

19 de outubro de 2017 - 18:56

Intermediar conflitos, respeitar as peculiaridades das diferentes culturas e crenças, e exercitar técnicas de abordagem para a redução da violência. Com base nesse tripé, mais de 200 agentes de segurança pública e líderes comunitários foram capacitados durante o curso de Mediador e Pacificador Social, realizado, nessa quarta-feira (19), no auditório da Academia Especial de Segurança Pública (AESP). A formação foi uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos e do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial.

Presente no evento, a ministra dos Direitos Humanos da Presidência da República, LuislindaValois,  afirmou que o momento foi de muita emoção e que é preciso deixar levantada a bandeira contra o racismo institucional. “Quando selecionei o Ceará para realizar este curso, isso não foi feito aleatoriamente. Eu aprendi a aperfeiçoar a minha dedicação com as causas das minorias com uma figura aqui do Estado. Ele foi meu grande chefe. Aprendi, e ainda aprendo, que o racismo não acabou. Só que à medida que a sociedade se modifica, o racismo também se modifica, ganha novas caras. O cidadão que é racista – seja de raça ou de credo – é capaz de fazer qualquer coisa. E é por isso que precisamos reforçar que o Brasil é um país laico, um país plural, e que precisamos assumir o compromisso de garantir essa diversidade”, afirmou.

Para a coordenadora de Igualdade Racial, Zelma Madeira, o curso foi essencial para permear pautas importantes, como a violência doméstica com recorte racial e a intolerância religiosa. “Esses debates devem ser levados para entendimento da sociedade e pautados como uma questão de respeito. Precisamos discutir sobre políticas públicas e as raízes da nossa cultura racista e intolerante. É necessária essa reflexão e a percepção de tudo o que engloba nossas raízes", disse.