Caseiro e seus familiares participam de reconstituição do homicídio de Rakelly em Itaitinga
26 de outubro de 2016 - 18:30
A Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), realizou nesta quarta-feira (26), no município de Itaitinga, na Área Integrada de Segurança 08 (AIS 08), a reconstituição do homicídio de Rakelly Matias Alves (8), ocorrido no dia 21 de setembro.
A reprodução simulada dos fatos teve início às 12h30min e durou pouco mais de duas horas. Acompanharam a reconstituição, a responsável pelas investigações e diretora da DHPP, Socorro Portela; o promotor de Justiça Luis Bezerra, responsável pela ação penal; e peritos que deverão elaborar o laudo, que ficará pronto em até 30 dias.
De acordo com a delegada Socorro Portela, a reconstituição teve como objetivo esclarecer alguns pontos do fato, inclusive se José Leonardo de Vasconcelos Graciano (33), vulgo "Zé", principal suspeito, teve ajuda de outras pessoas para concretizar o crime. Conforme Socorro Portela, o suspeito colaborou com a diligência e contou como jogou o corpo de Rakelly no cacimbão. "Acreditamos que ele deve ter omitido alguma partes, até para sua defesa, mas nada que levou a mudar a confissão dele desde o início", revelou a delegada.
Para realizar a reprodução do crime, uma inspetora da DHPP fez o papel de Rakelly. Uma boneca com o mesmo peso da vítima também foi utilizada para que José demonstrasse como concretizou o fato. Além do principal suspeito, participaram a esposa do caseiroe seu irmão, que estavam no sítio quando ocorreu o crime, além de vizinhos que ajudaram nas buscas pela vítima.
"Nós viemos acompanhar os trabalhos até para dirimir dúvidas. O mais importante é que o acusado José Leonardo conseguiu nos provar que é capaz de conduzir um corpo do peso da criança até o local onde ele foi ocultado, mesmo andando com uma perna só e de muletas. Então isso,a priori, descarta a possibilidade de participação de terceiros", afirmou o promotor Luis Bezerra.
Para realizar o procedimento, foram deslocadas equipes da DHPP, um grupo de peritos da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) da Polícia Militar do Cearáe agentes penitenciários da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus). No total, cerca de 50 profissionais participaram da reconstituição. A área em torno do sítio onde ocorreu o crime precisou ser isolada. Mesmo de longe, populares acompanharam todo o trabalho policial.
Crime
Rakelly Matias Alves foi vista pela última vez, no dia 21 de setembro, pouco depois do meio-dia, na localidade de Gereaú, em Itaitinga, onde residia. Desde então, a Polícia realizava investigações para descobrir o paradeiro da menina. Policiais da Delegacia Metropolitana de Itaitinga e da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa) realizavam diligências em Itaitinga e em Fortaleza.
O corpo da menina foi achado em um cacimbão, no final da tarde do dia 24 de setembro, por policiais da DHPP, que passaram a investigar o caso. O local onde a menina foi encontrada é vizinho à residência da família. O suspeito do crime era José Leonardo de Vasconcelos Graciano, caseiro do local.
Prisão de “Zé”
O inquérito que investigava a morte de Rakelly foi concluído e remetido à Justiça no dia 4 de outubro. José Leonardo, que é réu confesso no crime, foi indiciado nos artigos 121, 217-A e 211, que consistem, respectivamente, em homicídio duplamente qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. O infrator foi transferido, no dia 25 de setembro, para o Sistema Penitenciário do Estado.