Polícia Civil prende português pela segunda vez por comercializar esteroides anabolizantes em Fortaleza
6 de junho de 2016 - 18:14
Material apreendido
Os dias de permanência de um português em solo cearense estão se revezando entre as ruas e as celas prisionais. Em menos de oito meses, ele foi preso pela segunda vez pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), por meio da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD). A última prisão aconteceu na quinta-feira (02) passada.
O português Miguel de Oliveira Pinheiro (41) não desfrutou muito da liberdade adquirida após ficar sete meses preso por falsificação, corrupção e adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais ? com base no artigo 273 do Código Penal. Essa prisão ocorreu em outubro de 2015, quando ele foi flagrado com mais de 6,7 mil comprimidos e ampolas de substâncias anabolizantes. Há 13 dias, foi posto em liberdade e, nesse final de semana, retornou ao xadrez pelo mesmo crime.
Miguel de Oliveira Pinheiro
O suspeito foi flagrado mais uma vez com esteróides anabolizantes, no bairro Meireles ? Área Integrada de Segurança 3 (AIS 3) de Fortaleza ? onde também foi preso em 2015. Os 13 dias em liberdade foram o suficiente para Carlos se envolver novamente na comercialização ilegal das substâncias. Por ser tratado como um crime contra a saúde pública, a prática é considerada hedionda, com pena prevista de 10 (dez) a 15 (quinze) anos de prisão e multa.
Suas duas capturas foram efetuadas durante trabalhos de investigação desenvolvidos por policiais civis da especializada DCTD, no sentido de inibir a prática criminosa na qual ele está envolvido. Na quinta (02) passada, os investigadores chegaram ao homem depois de montarem campanas nas proximidades de sua residência, na Avenida Virgílio Távora. As apurações sobre sua atuação no crime foram retomadas após levantamentos apontarem a continuação de seu envolvimento no delito.
Ele foi abordado pelos policiais em um veículo Chrysler Ptcruiser de cor prata e placas HYX-8878, ao sair do prédio onde morava. Embaixo do banco do motorista foram apreendidas duas ampolas de esteróides anabolizantes. Carlos assumiu a propriedade do material e disse aos policiais que possuía outras quantidades em sua residência. No imóvel, dentro de uma bolsa e de uma mala, condicionadas em uma dispensa, os investigadores encontraram vasta quantidade de esteroides anabolizantes e uma caderneta com anotações de nomes de pessoas, de substâncias e valores ? informações sobre a contabilidade do esquema.
Sobre o material apreendido, Carlos Miguel – que se encontra com uma tornozeleira de monitoramento eletrônico da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) – disse que era para consumo próprio, alegando ainda ter ?mudado de vida?, que só usava os produtos e não mais os vendia. Ao todo, os policiais apreenderam 220 ampolas, 1.570 comprimidos e frascos e caixas de substâncias esteróides anabolizantes, além de embalagens de remédio. O carro Chrysler também foi apreendido.
Prisão anterior
Dia 16 de outubro de 2015. Esta foi a data da primeira prisão de Carlos Miguel, em Fortaleza. Na época, os policiais apreenderam com ele comprimidos e ampolas de anabolizantes trazidos de Portugal. A apreensão ocorreu no bairro Meireles, em Fortaleza, e no Porto das Dunas, em Aquiraz – nas AISs 3 e 9. Carlos fazia viagens de três em três meses a Lisboa para adquirir as substâncias que eram vendidas, principalmente, para frequentadores de academias situadas na Aldeota e proximidades.
Carlos Miguel é natural de Lisboa, já responde pelo crime de levantamento abusivo de receitas médicas – em Portugal – e afirmou que já mora em Fortaleza há mais de dois anos, porém confessou que comercializa esse tipo de substância há mais de cinco anos.
Histórico de apreensões
A Polícia Civil, por meio da DCTD, tem realizado investigações de forma contínua no intuito de inibir esta e outras práticas criminosas. Depois da primeira prisão de Miguel, no dia 09 de abril deste ano, os policiais chegaram a Dyego Cardoso Teles (34), piloto de uma companhia aérea e que teria assumido o esquema ilícito no lugar do português. Dyego traficava para o Brasil os esteróides anabolizantes provenientes da Europa, México e Paraguai. Ele havia desembarcado em Fortaleza trazendo mais das substâncias no dia anterior à sua prisão.
O piloto foi capturado quando fazia uma entrega dos ilícitos para dois compradores. Ele era investigado desde a prisão do português. Os levantamentos policiais apontam que Dyego, por ser piloto de companhia aérea, facilitava o embarque de Carlos Miguel de Portugal para o Brasil com o material indevido. Ele burlava a segurança dos aeroportos e lucrava com isso. Durante a ação policial, sua companheira, Monikelly Rozendo Madeira (30), foi presa. O casal também foi autuado no artigo 273 do Código Penal Brasileiro.
Outras prisões ainda foram efetuadas durante as investigações. A primeira ação ocorreu em maio de 2015, com a captura do capixaba Alexsander Albuquerque Pacífico (29), após dois meses de investigações. Nas ações realizadas em 2015 em combate ao comércio de esteroides anabolizantes, a Polícia Civil apreendeu mais de 227,7 mil comprimidos e ampolas. Essas ações representam as maiores apreensões dessas substâncias na história da Polícia Civil do Estado.