Terceira festa para menores: mais drogas e bebidas apreendidas e um homem preso
12 de abril de 2016 - 17:55
“Os pais devem estar atentos para que não tenham dependentes químicos em casa”. Este é o alerta feito pela delegada Ivana Timbó, titular da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), com relação aos menores que foram flagrados em mais uma festa com drogas e bebidas. Desta vez, a Polícia Civil do Estado do Ceará acabou com a festa “Baile de Favela”, em uma casa de show no bairro Parquelândia – Área Integrada de Segurança 1 (AIS 1) de Fortaleza. Este é o terceiro evento do tipo interrompido pela Polícia em pouco mais de um mês.
Cerca de 200 crianças e adolescentes foram flagrados pelos policiais da Dececa no evento, que foi denunciado à Polícia anonimamente. “Uma das meninas confirmou que foram ingeridas bebidas alcoólicas e que nessas festas têm drogas e práticas sexuais”, disse a delegada Ivana Timbó, sobre o depoimento de uma das 12 menores, com idades entre 12 e 16 anos, que foram ouvidas na delegacia. Ao todo, 20 pessoas prestaram esclarecimentos sobre o evento, logo após a Polícia acabar com a festa. A ação ainda contou com o apoio do Juizado da Criança e do Adolescente.
O local escolhido para a realização da festa foi a casa de shows Street Beer, que fica na Avenida Jovita Feitosa. A denúncia feita aos policiais indicava que o evento aconteceria de 15 horas às 22 horas desse domingo (10). No local, além de bebidas e certa quantidade de entorpecentes, os agentes de segurança apreenderam inaladores, aproximadamente R$ 1 mil e um narguilé (tipo de cachimbo), entre outros materiais, como ingresso de outro evento marcado para o próximo dia 22.
Com a chegada dos investigadores, os organizadores do “Baile de Favela” empreenderam fuga. Mas, no celular de um segurança do evento, cenas de sexo envolvendo menores de idade foram encontradas e o homem foi preso em flagrante. Lindomar Pontes (25), que não possuía antecedentes criminais, foi autuado em flagrante por ter o material, com base no Artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Para participar da programação, as meninas que chegassem ao local até às 17 horas não pagavam entrada e os meninos pagavam ingresso no valor de R$ 20,00. Além das centenas de menores, alguns adultos também participavam do evento. “Eram pessoas que passaram pelas proximidades e, ao perceberem a festa, quiseram participar”, esclarece a delegada, detalhando que não eram adultos responsáveis pelos menores. Ivana Timbó ainda conta que os adolescentes tomam conhecimento das festas por meio de redes sociais. “É muito importante que os pais estejam atentos. A Dececa vai continuar as investigações para coibir a realização de festas como esta, visando proteger as crianças e os adolescentes”, enfatiza.
Uma das menores disse que também esteve presente na outra festa, a “Social Prime”, realizada no último dia 03, em uma casa no bairro Maraponga, AIS 5. Esse foi o segundo evento destinado a menores interrompido pela Polícia em pouco mais de um mês. Com o “Baile de Favela”, já somam três as festas para crianças e adolescentes com os mesmos atrativos: drogas, bebidas e sexo. A primeira programação desfeita ocorreu no dia 05 de março, quando a “Orgia Fest 1.0” foi acabada, em um buffet com cerca de 300 menores, na Barra do Ceará, AIS 1.
Há suspeitas de que os organizadores dos três eventos tenham atuado em conjunto, mas tudo será apurado pela Dececa. Estes casos já resultam nas prisões de três pessoas. As festas ficaram conhecidas entre os participantes como “Farra para menores”.