CBMCE é pioneiro na capacitação de universitários em segurança contra incêndio no Brasil

29 de novembro de 2018 - 18:05 # # # #

Assessoria de Comunicação Corpo de Bombeiros Militar do Ceará

Graças ao Programa de Estágio da CAT, uma iniciativa sem precedentes no país, a Corporação encerra o ano tendo oferecido a 54 alunos de cursos de graduação em Arquitetura, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia de Produção a oportunidade de desbravar um universo quase completamente ignorado nos programas das faculdades brasileiras: a engenharia de segurança contra incêndio e pânico.

Encerrou nesta quarta-feira (28) o 3º Ciclo do Programa de Estágio da Coordenadoria de Atividades Técnicas (CAT). Neste segundo semestre de 2018, 33 alunos da UFC, da Unifor e da Unichristus tiveram oportunidade de conhecer de perto como é o dia a dia da CAT, o setor do CBMCE responsável por análises de projetos e vistoria de edificações.

Somados aos 21 que já haviam concluído o programa anteriormente, eles totalizam 54 futuros engenheiros e arquitetos que puderam aprender algo tão importante para a segurança da população quanto ausente das ementas e planos curriculares universitários. “Os alunos saem da graduação sem nenhum contato com essa disciplina, que não faz parte da grade dos cursos de engenharia nem como opcional”, revela o coronel Luís Eduardo Soares Holanda, coordenador de atividades técnicas do CBMCE.

Erros triviais

O resultado dessa ausência pode ser percebido nas estatísticas internas do setor. De acordo com levantamento realizado pela CAT, 47% dos projetos de segurança contra incêndio e pânico são reprovados anualmente no estado. A análise mostrou que os principais erros de projetos que levam à reprovação recaem sobre questões básicas, como a inserção correta dos dados iniciais da edificação e a disposição da saída de emergência na edificação.

“Cada vez que um erro trivial, mas que não pode ser ignorado, aparece, temos que reprovar o projeto, o responsável vem buscar e precisa refazer para reapresentar e ser novamente analisado. É um retrabalho enorme para todos, que consome desnecessariamente tempo e recursos humanos”, avalia o coronel Holanda.
Capacitação

O estágio foi uma das formas encontradas pela CAT de tentar reverter esse quadro. Dentro do programa, os alunos se dividem em três setores: estudo de normas técnicas; acompanhamento de processos administrativos e análise de projetos; e elaboração de projeto de segurança. Ao longo de um semestre de estágio, eles vão se revezando nessas áreas, de forma a obterem uma visão geral do que o CBMCE faz e de como produzir projetos em consonância com as exigências normativas. “Eles saem conscientes de que é nosso papel garantir a segurança da população, mas que eles também podem ajudar bastante, elaborando os projetos corretamente”, pontua o oficial.

Além de atuar junto aos profissionais em formação, a CAT tem procurado fomentar oportunidades para que arquitetos e engenheiros já formados possam também se apropriar desse conhecimento. Encontra-se atualmente em andamento uma turma do módulo avançado do curso de extensão Elaboração de Projetos de Segurança contra Incêndio, oferecido pela Uniconstruir. Após duas turmas, do módulo básico e uma do intermediário em 2018, cada uma com cerca de 30 alunos, a parceria entre CBMCE e Sinduscon já está com inscrições abertas para novos módulos em 2019.

Novas metas

E as metas são ainda mais ambiciosas. Além de promover a Master Class do professor Feruccio Cerruti, da Universidade de Gênova, na Itália, marcada para o próximo dia 14 de janeiro, no auditório da CDL de Fortaleza, a CAT visa a fomentar a criação de disciplinas de segurança contra incêndio dentro das grades dos cursos de graduação de arquitetura e engenharia das instituições de Ensino Superior do Ceará. “Seria uma revolução para o setor. Uma garantia de qualificação técnica para todos os profissionais formados no estado que nos permitirá trabalhar com cada vez mais eficiência, de forma a oferecer segurança preventiva a toda a população do Ceará”, projeta o coronel Holanda.